A determinação da Justiça de bloquear os telefones celulares em presídios de todo o país é vista com desconfiança pelo superintendente da Susepe, no Rio Grande do Sul, Djalma Gautério. Ele é a favor da medida, mas teme que ela não funcione corretamente e atinja usuários vizinhos aos presídios.

– Os bloqueadores conhecidos hoje não cumprem essa finalidade, porque apresentam uma dificuldade de ajuste – comentou.

Gautério explicou que a circunvizinhança pode ser afetada com a medida. Caso se queira evitar prejuízos aos vizinhos, o sistema não bloqueará o sinal dentro dos presídios.

Uma empresa paranaense que desenvolve projetos na área de telecomunicações anuncia que o bloqueio somente dentro do presídio é viável. O projeto será oferecido à Anatel ainda essa semana.

Uma outra alternativa ainda está sendo estudada pela Susepe, Ministério Público e Poder Judiciário no Rio Grande do Sul. O projeto também é mantido em sigilo e deve ser colocado em prática a partir do dia 25 de julho.O superintende Djalma Gautério está confiante no sucesso da alternativa e diz que poderá funcionar independente do bloqueador a ser instalado pela Anatel.

– Os dois sistemas podem conviver perfeitamente. Essa proposta é viável financeiramente, mas eu não posso adiantar como ela será implementada – declarou.

Mais de 70 celulares são apreendidos por mês nas cadeias do Rio Grande do Sul. Somente ontem, em uma operação pente fino da polícia, 30 celulares foram apreendidos na penitenciária Madre Pelletier. A Anatel tem prazo de 30 dias para começar os testes e quatro meses para implementação definitiva dos bloqueadores. Através da assessoria de imprensa, a Agência que regula o setor garante o cumprimento da medida judicial.

LÉO SABALLA JÚNIOR/RÁDIO GAÚCHA