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 | 03/07/2006 22h33min

Eliminação do Brasil faz empresas mudarem publicidade

Anúncios foram alterados ou retirados de circulação nesta segunda-feira

Os brasileiros ainda estavam procurando entender os motivos da desclassificação na Copa do Mundo quando, minutos depois da derrota para a França, entrou no ar um filme publicitário cujo protagonista exibia um repertório de malabarismos com a bola de dar inveja ao craque Zidane.

Nos primeiros segundos, era impossível identificar o autor das proezas. Mas depois, quando a câmera se aproximou, tornou-se possível identificar o cantor Zeca Pagodinho, garoto propaganda da cerveja Brahma, patrocinadora oficial da Seleção. Então, veio a mensagem que pretendia confortar o torcedor:

– A gente sabe o show de bola que o brasileiro é capaz de dar. Bola pra frente, Brasil – diz a campanha criada pela agência de publicidade Africa São Paulo.

– Também estamos tristes com a desclassificação. Com esse filme, queremos homenagear a alegria do brasileiro e a capacidade de dar show de bola, tocar a vida adiante – comentou Paula Lindenberg, gerente de marketing da marca de cerveja.

A Rede Globo ofereceu aos patrocinadores da Seleção a possibilidade de transmitir comerciais condicionados ao resultado dos jogos, a partir da fase eliminatória do Mundial. A Brahma não desperdiçou a chance e desde o confronto com Gana já estava preparada para o pior.

– Essa mensagem faz parte da estratégia de apoio à Seleção, que começou em fevereiro – explicou o diretor de atendimento da Africa, Márcio Santoro.

Grande parte das demais propagandas que tinham como mote a Seleção ou a torcida já saíram do ar. É o caso do filme da Embratel, que mencionava a emoção de poder assistir ao Brasil na Copa. O comercial, que seria exibido até o último dia do Mundial, deixou de ser veiculado nesta segunda.

O banco Santander Banespa também já tirou do ar as propagandas com Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, Cafu, Kaká e Robinho, uma das que mais chamaram a atenção durante a Copa. Segunda também foi dia de tirar das ruas outdoors e fotos gigantes com as imagens dos jogadores, antes que os torcedores começassem a “decorá-los”.

O Banco do Brasil pára de veicular na quarta-feira o comercial do cartão de crédito Ourocard, cuja trilha é uma versão do hino nacional. No lugar, entra um “plano B”, sem apelos nacionalistas. Quem deu sorte, nessa história, foi a Petrobras. O clipe com a musiquinha de incentivo à Seleção estava programado para ser veiculado até 30 de junho, data limite, por conta das eleições. Não tiveram que passar pelo constrangimento da derrota.

O presidente do Grupo de Mídia de São Paulo, Angelo Franzão, acredita que a derrota da Seleção Brasileira na Alemanha terá um impacto negativo para o setor publicitário. Segundo ele, o problema não é tanto a desclassificação, mas o desempenho do time e a maneira passiva com que deixou a competição.

Agência Estado
 

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