| 30/06/2006 10h53min
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU lançou hoje um novo alerta sobre a crise humanitária e alimentícia que afeta a população palestina, como conseqüência da escalada de violência na Faixa de Gaza.
– Não podemos chegar e ajudar os palestinos que vivem na Faixa de Gaza, porque o cruzamento de Karni, que é o principal acesso à Faixa de Gaza, está fechado há vários dias, da mesma forma que outros pontos fronteiriços – denunciou o porta-voz desse organismo, Simon Pluess.
O porta-voz explicou que o PMA negocia com as autoridades de Israel para conseguir o acesso incondicional do pessoal e da ajuda humanitária a Gaza.
– Se não se garante o acesso a essa área, algo pelo que devemos lutar diariamente, não poderemos ajudar a população – assinalou Pluess, que ressaltou que "as famílias esgotaram quase todas as suas reservas de comida, assim como suas estratégias de sobrevivência".
As restrições à circulação dos palestinos
pioram a crise alimentícia, ressaltou o porta-voz,
que citou o caso dos pescadores, que estão proibidos de sair ao mar desde quarta-feira passada, o que afeta as 35 mil pessoas que vivem diretamente da pesca.
Os agricultores enfrentam graves problemas para chegar aos campos de cultivo, o que está provocando a escassez de produtos alimentícios e o encarecimento daqueles que chegam ao mercado, explicou.
O porta-voz expressou a preocupação da ONU com os cortes de eletricidade que privam a população palestina de "produtos básicos, como alimentos frescos, pão e água", e que afetam os serviços de saúde.
O PMA calcula que durante este mês entregou ajuda a 600 mil palestinos, frente aos 480 mil beneficiados em maio. Isso, destacou o porta-voz, apesar de ter recebido apenas 32% dos fundos necessários para suas operações nos territórios ocupados.
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