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 | 16/06/2006 14h37min

Culturas coadjuvantes podem ganhar destino mais nobre

Na rota do biodiesel, na forrageiro ganha projeção

Uma cultura que hoje tem um papel coadjuvante na lavoura gaúcha pode passar a ser uma das protagonistas na produção de biodiesel. O nabo forrageiro atualmente é usado apenas como adubação de cobertura, normalmente entre o cultivo da soja e o do milho ou do trigo.

Mas, se os agricultores deixarem a planta crescer, ela também é fonte de óleo vegetal, base para produção do biodiesel. Ao lado de soja, girassol, canola, mamona e pinhão manso, o nabo forrageiro faz parte de pesquisas ligadas ao combustível. A semente da espécie contém 38% de óleo, o mesmo que a de canola.

– Pelo menos uma das cinco empresas que se estabelecerão no Rio Grande do Sul, a Granol, de Cachoeira do Sul, já demonstrou interesse em comprar o nabo – afirma Alencar Rugeri, coordenador de Programa de Bioenergia da Emater.

Atualmente utilizando o nabo forrageiro para contribuir na adubação de 70 hectares, o produtor Eduardo Buzzatti, de Pejuçara, não descarta aumentar os investimentos na cultura por causa do biodiesel. Ele gasta R$ 23 por hectare para enriquecer o solo com a planta e, se colhesse, poderia obter 800 quilos por hectares, projeta o agrônomo da Emater Carlos Dalla Corte.

– Com os altos custos de produção e o baixo preço das culturas tradicionais, como milho, trigo e soja, o nabo pode passar a ser uma opção – destacou o agricultor.

A maioria das culturas indicadas para o biodiesel se dão bem no Norte do Estado. Para inserir a Metade Sul na rota dos biocombustíveis, a alternativa é a mamona. Por suas raízes profundas, a planta tem mais facilidade de buscar água no solo e agüenta bem as estiagens típicas da zona. A Embrapa de Pelotas pesquisa o desenvolvimento da planta na região. Hoje, o centro trabalha com 27 cultivares e busca variedades mais baixas, de ciclo curto e produtivas.

– Há quatro anos, conseguíamos rendimento de 2,8 mil quilos por hectares. Nesta safra já chegamos a 3,4 mil – destaca Sérgio Delmar dos Anjos e Silva, pesquisador da Embrapa Pelotas.

SEBASTIÃO RIBEIRO, PIETRO RUBIN, LEANDRO BELLES E TAÍS GRÜN/ZERO HORA
 

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