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 | 26/05/2006 10h07min

CPI irá a SP ouvir Marcola para evitar deslocamento de preso a Brasília

Deputado Alberto Fraga disse que acareação foi marcada por mentiras

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas se prepara para tomar o depoimento do preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), os parlamentares irão até São Paulo para falar com Marcola porque a CPI entendeu que deveria ser evitado o deslocamento do bandido até Brasília. Camacho está detido no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior paulista.

– Nós vamos na semana que vem até São Paulo ouvir o líder dessa facção criminosa, o Marcola. No nosso entendimento, ele não poderia ser deslocado de São Paulo para ir até a CPI. Certamente, seria dado um palanque, uma notoriedade, que não é salutar até mesmo para os nossos jovens. Esse bandido não pode adquirir essa notoriedade. Com certeza nos presídios eles estariam assistindo – disse Fraga em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.

Na última quarta, a CPI definiu que o depoimento ocorrerá no dia 6 de junho. Ontem, a comissão realizou uma acareação entre os advogados Maria Cristina Rachado, Sérgio Wesley e o técnico de som Artur Vinícius Pilastre Silva. Os dois advogados são suspeitos de comprar depoimentos sigilosos do ex-funcionário da Câmara. Silva confessou ter vendido áudios de declarações de policiais de São Paulo à comissão.

– Nós ouvimos ontem quatro horas de mentira. Os depoimentos e as declarações só vieram trazer para a comissão a certeza do envolvimento de advogados como pombos-correios, que distribuem dinheiro para as prisões – disse Fraga.

Ele acrescentou ainda ter certeza que os dois advogados estão a serviço do crime organizado. Segundo o deputado, Sérgio Wesley desacatou a todos os deputados quando disse que estava aprendendo malandragem naquele momento na comissão. Wesley foi algemado por ferir o Código Penal, que prevê prisão por desacato a funcionário público no exercício da função.

Fraga nega que os parlamentares tenham extrapolado o limite durante o interrogatório. Ele afirmou que, quando o suspeito não responde, é preciso cansá-lo até que ele revele alguma coisa.

Sobre a ameaça de morte recebida pelo presidente da CPI, Moroni Torgan (PFL-CE), o deputado do Distrito Federal disse acreditar que é "bobagem":

 – Ele como policial e eu também convivemos com isso durante muitos anos. O que não se pode é o país se render a bandidos. Esse negócio de ameaçar não vai resolver muita coisa.

 

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