| 25/05/2006 22h37min
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), afirmou que grande parte das dúvidas dos deputados não foi esclarecida na acareação de hoje entre os advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado, com o operador de áudio Artur Vinícius Pilastre Silva. Os advogados são acusados de comprar a gravação de depoimentos sigilosos de delegados da Polícia Federal e repassá-la a integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo Torgan, mais uma vez os depoentes fizeram acusações mútuas e se negaram a responder às perguntas que consideravam incriminatórias.
A advogada disse que o pagamento de R$ 200 ao técnico foi feito, mas o advogado negou estar presente na hora da entrega do dinheiro. Disse ainda que não sabia a quantia paga ao operador de áudio, que garantiu no seu depoimento que eles estavam juntos na hora do pagamento. O operador também afirmou que receberia mais dinheiro, a ser entregue quando os advogados encontrassem um meio seguro para fazê-lo.
Segundo Torgan, a gravação comprada pelos advogados ajudou o PCC a organizar a última rebelião de presos ocorrida em São Paulo há duas semanas.
– Até o fato de vocês trabalharem para o líder dessa rebelião contribuiu. E a gente vê que não constrange o fato de vocês trabalharem par uma organização criminosa – disse Torgan, na acareação.
Na próxima semana, a CPI do Tráfico de Armas pretende se reunir com membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da seccional de São Paulo, e com integrantes do Conselho Nacional de Justiça. O objetivo é preparar uma audiência pública para avaliar o envolvimento de advogados com facções criminosas. Os parlamentares da Comissão disseram acreditar que os advogados que participaram de acareação de hoje fazem parte do PCC.
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