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 | 23/05/2006 16h34min

Advogada de Marcola chora em depoimento a CPI

Maria Cristina Rachado não conseguiu explicar motivo para pedir gravação

A advogada Maria Cristina Rachado, defensora do líder do PCC Marcos Camacho, o Marcola, chorou logo após começar seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ela é investigada pela suposta compra de um CD com a gravação de uma sessão secreta da comissão.

– Não é justo que vocês chamem alguém que vocês não conhecem de pilantra – disse Maria Cristina, subindo o tom de voz, para logo em seguida começar a chorar.

Ao dizer que nunca tinha passado por isso, um deputado (que não pode ser identificado pela TV, pois só se ouviu a voz) disse que “a casa caiu”. Maria Cristina respondeu indignada:

– A casa caiu coisa nenhuma. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE) comentou.

– Nós sempre temos dramas em nossas vidas. Agora imagine o drama que o PCC causou nas famílias dos mortos nos ataques.

Maria Cristina disse que foi a Brasília para cuidar de outros processos que tem na cidade, e que havia visto na internet sobre a sessão da CPI e resolveu acompanhar para ver se tinha algo a ver com Marcola. Ela não conseguiu explicar por que ficou na Câmara e por que solicitou a cópia do depoimento de uma sessão que não teria nada a ver com o cliente dela.

– Foi por curiosidade, mais nada – afirmou.

Maria Cristina disse ter encontrado o advogado Sérgio Wesley da Cunha com o técnico de som Artur Vinicius Pilastre Silva, que prestava serviço à Câmara por meio de empresa terceirizada. Segundo ela, Artur Vinicius teria dito que fora autorizada a entrega de CD com o depoimento reservado de Leandro Lima de Carvalho, cliente de Cunha e acusado de tentar libertar Marcola da prisão.

A advogada admitiu que foi depois para um shopping em Brasília com o advogado e o técnico de som, mas disse que não ficou com o CD nem pagou nada ao funcionário. Algumas das respostas de Maria Cristina fizeram os deputados rirem. Em uma dessas ocasiões, o relator da CPI, Paulo Pimenta (PT-RS) diz que as imagens das câmeras de segurança mostram que ela, Sérgio e o técnico não saíram juntos da Câmara.

– A senhora não foi com eles – afirmou Pimenta.

– Não fui? – respondeu, com ar confuso, provocando gargalhadas.

Pimenta mostrou-se irritado com as respostas e disse que a "doutora" não está falando a verdade. Torgan também demonstrou irritação com as contradições e confusões do depoimento de Maria Cristina.

Na semana passada, o técnico Artur Vinicius confessou à CPI ter vendido a gravação para os dois advogados por R$ 200. Além do áudio de Leandro Lima de Carvalho, o CD continha o depoimento do delegado da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes e do diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, que comandaram as investigações sobre o caso de Leandro.

CLICRBS E AGÊNCIA CÂMARA
 

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