| 12/05/2006 18h32min
A Polícia Federal divulgou nota hoje na qual diz considerar descabidas as insinuações de que teria produzido relatórios sobre parlamentares que teriam participado do esquema de fraudes em licitações para a compra de ambulâncias – fato que veio a público na semana passada, após a divulgação dos resultados da Operação Sanguessuga, da PF.
De acordo com o texto, a PF "investigou e investiga apenas pessoas que não gozam de prerrogativa de foro especial". A nota acrescenta que o Ministério Público Federal (MPF) determinou que a PF produzisse, no prazo de 48 horas, um relatório contendo "todas as referências a parlamentares" colhidas no curso das investigações.
"Após receber, no prazo estabelecido, o relatório do Núcleo de Inteligência no Mato Grosso, o Juiz Federal enviou aos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados a lista de parlamentares mencionados em conversações telefônicas".
Ontem, líderes da base governista na Câmara se reuniram para cobrar um posicionamento da instituição sobre o que chamaram de "onda de denuncismo" contra parlamentares. Eles querem que o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), convoque a cadeia brasileira de rádio e televisão para defender a imagem da Câmara quanto às listas com nomes de parlamentares e assessores divulgadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Os parlamentares também querem que os nomes de deputados e senadores supostamente envolvidos não sejam divulgados antes de uma busca mais aprofundada. Pedem, ainda, que Aldo convide representantes do MPF e da PF para prestar esclarecimentos sobre os critérios adotados na investigação.
Na semana passada, a Operação Sanguessuga prendeu 50 pessoas acusadas de participar da quadrilha que fraudava as licitações para a compra de ambulâncias. Dente os presos, estão 11 assessores de parlamentares. A lista divulgada pela PF traz os nomes dos assessores, mas não cita a participação de nenhum parlamentar.
Ontem também, a mesa diretora da Câmara divulgou uma lista que cita nominalmente cada um dos 16 parlamentares que serão investigados pela Casa. O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que a PF não poderia investigar parlamentares, porque não tem autorização do Supremo Tribunal Federal para isso, e que é preciso saber como as investigações estão sendo conduzidas.
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