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 | 10/05/2006 15h45min

Revisão do preço do gás não é unilateral, diz Bolívia

Delegação brasileira já está no país para tratar da nacionalização

As autoridades da Bolívia afirmaram hoje que a revisão do preço de venda do gás natural ao Brasil não será "uma decisão unilateral" de La Paz, coincidindo com a visita ao país de uma delegação do governo brasileiro e da Petrobras. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, já estão em Santa Cruz de La Sierra desde ontem à noite, e hoje se reunem com o pessoal da companhia na Bolívia.

Na parte da tarde, a delegação se desloca à La Paz para se encontrar com autoridades do Executivo boliviano, em uma reunião que não terá a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, que viajou para a cúpula entre a União Européia, América Latina e Caribe, que começará amanhã, em Viena.

O vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, disse à imprensa que espera que as negociações com o Brasil "se encaminhem por um bom rumo".

– O governo boliviano tem uma posição muito sólida, de garantir a venda de gás ao Brasil, mas também a vontade de ampliar nossas vendas de gás e melhorar nossos preços, de maneira que se aproximem do preço que o Brasil teria que pagar por outros combustíveis substitutos ao nosso gás – disse.

Linera lembrou que o contrato de compra e venda de gás entre os dois países, vigente desde 1999, "é um acordo de ambas as partes". Por isso, a revisão dos preços "não pode ser uma decisão unilateral do Governo" de La Paz.

O vice-presidente boliviano comentou que compreende a preocupação da Petrobras, porque "certamente verá a redução de parte de seu gigantesco lucro", mas considerou que a empresa recuperou "boa parte de seu investimento".

– Precisamos do investimento da Petrobras, da Repsol, de todas as empresas petrolíferas, mas precisamos do investimento nas condições definidas pelos bolivianos, onde os bolivianos ganhem mais – acrescentou.

– Se houver essa compreensão por parte da Petrobras, acho que chegaremos a um acordo justo nos próximos dias – afirmou.

García Linera reiterou também que a decisão da Bolívia de nacionalizar seus hidrocarbonetos "é muito firme".

– Tomamos a decisão de nacionalizar, de assumir a propriedade dos hidrocarbonetos e ser proprietários majoritários de gasodutos, refinarias, e ponto. Essa é a decisão do Governo e isso é inegociável – disse.

AGÊNCIA EFE
 

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