| 08/05/2006 22h00min
O governo da Bolívia designou hoje os diretores que vão assumir o controle das cinco petrolíferas que passaram a ser geridas pelo Estado há uma semana por decreto do presidente Evo Morales. Entre essas empresas, está uma filial da Petrobras e outra da hispano-argentina Repsol YPF.
Os representantes do governo, entre os quais quatro militares em serviço, receberam os memorandos de designação pelas mãos do ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, e do presidente da empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado. Foram designados cinco executivos titulares, cinco suplentes e outros 20 diretores, quatro para cada companhia. Já as transnacionais contarão com apenas três representantes.
Jorge Soruco, um oficial da Força Naval da Bolívia, assumiu a direção da Petrobras Bolívia. Para a Companhia Logística de Hidrocarbonetos Boliviana (CLHB), que tem capitais peruanos e alemães, foi designado Federico Yáñez.
Nas outras três petrolíferas, Santiago Berríos assumiu a empresa Andina, que tem participação da Repsol YPF. René Rocabado assumiu a Chaco, do grupo British Petroleum (BP), e Felipe Hurtado, a Transredes, subsidiária da Enron e Shell.
Para obter 51% do capital das companhias, o Estado nacionalizou 51% das ações da Petrobras e da CLHB, 3% das ações da Andina e da Chaco, e 17% da Transredes.
O ministro Andrés Soliz disse que a partir de agora o governo começará a negociar com as companhias a forma de pagamento das ações adquiridas pelo governo. Sem citar nomes, disse que em alguns casos as empresas aceitaram o pagamento através da produção de gás e petróleo, embora Alvarado tenha ressaltado que também é preciso considerar as dívidas tributárias que as companhias têm com o Estado.
– Posso adiantar que em todas as empresas do setor mencionadas aqui, há uma aceitação praticamente generalizada, e o que falta são estes detalhes de trâmites – disse Soliz.
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