| 05/05/2006 16h06min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje os defensores de uma postura mais dura do Brasil com a Bolívia por causa da nacionalização da produção de gás natural e petróleo boliviana. Segundo Lula, o governo quer ajudar o país mais pobre da América do Sul.
– Eu acho que às vezes ser carinhoso resolve mais do que ser duro. Eles precisam de ajuda e não de arrogância. Nós também precisamos de respeito, precisamos de consideração – disse o presidente.
Lula fez as declarações ao participar da inauguração da hidrelétrica de Aimorés, em Minas Gerais. O presidente reconheceu que os investimentos em pesquisa sobre gás natural no Brasil foram baixos nos últimos anos.
– Nós vamos trabalhar como nunca trabalhamos para ser auto-suficiente em outras matrizes energéticas que nós precisamos. Porque aí sim, o Brasil se apresentará ao mundo com muito mais soberania, muita mais grandeza e muito mais capacidade de atrair investimentos para o nosso país – afirmou.
Segundo o presidente da Petrobras, o preço do gás é vendido hoje a cerca de US$ 5,50 - cerca de R$ 11. Os bolivianos querem o aumento do preço, porque, segundo o presidente Evo Morales, há defasagem nos preços. Já o presidente Lula disse que a negociação precisa se dar da maneira mais democrática possível. Os contratos de comercialização podem ter a arbitragem de um tribunal de Nova Iorque, caso não haja consenso.
Até a publicação da medida do presidente boliviano, a Petrobras operava 46% das reservas de gás natural e produzia toda a gasolina e óleo diesel consumido pelos bolivianos. A empresa era responsável por 20% dos investimentos diretos no país e por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano.
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