| 05/05/2006 13h45min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje que o Brasil pode deixar de importar o gás boliviano caso haja uma elevação excessiva no preço do produto, decorrente da nacionalização do petróleo e gás na Bolívia.
– Não sei nem os percentuais. Acho que isso não é uma tarefa nossa (do Itamaraty), é da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia. O problema é que, se os aumentos forem excessivos, simplesmente o gás se inviabiliza – avalia Amorim.
– O gás só existe no Brasil porque ele chega aqui a um preço competitivo em relação ao óleo combustível, em relação ao gás liquefeito e a outras fontes de energia. A questão do preço fica condicionada a isso – completou.
Durante a reunião realizada ontem, em Puerto Iguazú, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales, da Bolívia, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela, ficou garantido o fornecimento do gás da Bolívia para o Brasil. A decisão sobre o preço ficou para a próxima semana.
Há dois dias, em entrevista à Agência Boliviana de Informação (ABI), Evo Morales já previa a necessidade de aumento no preço do gás exportado.
O ministro também refutou as cobranças de uma posição mais dura do governo diante da decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar a indústria de gás da Bolívia.
Para Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu de maneira correta na reunião de ontem.
– O presidente disse Lula disse com toda a franqueza tudo o que tinha que dizer, obteve respostas favorecendo o diálogo – afirmou. Amorim ressaltou que o acordo firmado ontem foi importante porque garantiu o fornecimento do gás boliviano ao Brasil.
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