| 12/04/2006 23h59min
Os 40 acusados pelo Ministério Público de envolvimento no mensalão podem esperar um longo tempo pelo julgamento na Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu 15 dias para a defesa dos acusados. O ministro relator Joaquim Barbosa já avisou que este ano ninguém será julgado. Portanto, os políticos que não perderam mandato poderão se reeleger e manter a imunidade parlamentar que garante o privilégio de ser julgado somente pelo Supremo.
– Nós perdemos a possibilidade, em grande parte, de fazer o julgamento político, que é mais rápido. Mas confiamos que a Justiça será breve nesse ponto – declarou Roberto Busato, presidente da OAB.
– O eleitor pode puni-los, simplesmente negando-lhes o voto. Esse é o poder que o eleitor tem, que deve exercer – afirmou Claudio Abramo, de Transparência Internacional.
A oposição fez um apelo para o judiciário.
– Que seja julgado o mais rápido possível, ainda este ano e antes das eleições – argumentou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente tucano.
Só não podem se candidatar os que já foram cassados: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os ex-presidentes do PTB Roberto Jefferson e do PP Pedro Corrêa. Eles estão na lista dos 40 denunciados pelo Ministério Público.
– A denúncia ratifica várias conclusões da CPI, do relatório da CPI, isso mostra que foi feito um trabalho rigoroso, um trabalho isento e um trabalho embasado jurídica e tecnicamente – disse o senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da CPI dos Correios.
– O que é fundamental em um momento como esse é o funcionamento das instituições republicanas e é isso que está acontecendo e é isso que nós temos que valorizar. Machuque quem machucar – afirmou Tarso Genro, ministro de Relações Institucionais.
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