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Duhalde procura saída urgente para congelamento de depósitos

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, está considerando uma idéia radical para reduzir a fúria dos argentinos, que tiveram parte dos depósitos bancários congelados. Permitir que os correntistas usem esses fundos para comprar propriedades do governo, como terra, móveis, veículos e até mesmo estradas de ferro. Duhalde disse que ordenou à equipe econômica considerar seriamente a proposta, que ele espera analisar após o retorno de uma viagem à Espanha no final desta semana.

Duhalde procurava nesta segunda-feira, 13 de maio, encontrar caminhos alternativos para encerrar o congelamento dos depósitos bancários, após desistir do plano de convertê-los em títulos públicos.

– O Estado tem milhares de propriedades e milhões de acres de terras que não faz uso – disse Duhalde. 

– Nós devemos estudar como podemos compensar as economias das pessoas com propriedades do Estado – acrescentou.

Estima-se que cerca de 70 bilhões de pesos (o equivalente a US$ 23 bilhões) tenham ficado bloqueados nos bancos desde 3 de dezembro do ano passado, quando o então governo de Fernando de la Rúa decidiu congelar os depósitos para evitar o colapso financeiro.

No entanto, acabar com o congelamento é apenas uma das questões do governo. A Argentina tem que pagar milhões de dólares em vencimentos de dívida com organismos multilaterais. Duhalde informou nesta segunda ter pedido mais 30 dias de prazo para pagar os US$ 800 milhões que deve ao Banco Mundial (Bird) e cuja parcela expira na quarta.

Nesta segunda, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, liberou um empréstimo de US$ 700 milhões para o país, mas que só podem ser usados em programas sociais.

O líder da CGT dissidente da Argentina, Hugo Moyano, anunciou à noite a suspensão da greve prevista para esta terça por causa do temporal que cai em todo o país. A mobilização com concentração na Praça de Maio teria início ao meio-dia e iria até a meia-noite. Sem marcar nova data para a greve, Moyano argumentou que "as questões climáticas dificultariam o movimento".

 

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