| 06/04/2006 11h07min
Irritados com a absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pelo plenário da Câmara, 10 integrantes do Conselho de Ética já decidiram deixar o colegiado em sinal de protesto. Destes, sete são titulares e três são suplentes.
Na lista dos que abriram mão de participar do conselho estão: Cezar Schirmer (PMDB-RS), relator do processo contra João Paulo, Chico Alencar (PSOL-RJ), Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Benedito de Lira (PP-AL), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nelson Trad (PMDB-MT), Julio Delgado (PSB-MG), Edmar Moreira (PFL-MG), Cláudio Magrão (PPS-SP) e Marcelo Ortiz (PV-SP). O conselho tem 15 titulares e 15 suplentes indicados pelos partidos.
Schirmer explicou que a decisão foi tomada depois da absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ontem, em plenário. Segundo ele, não adianta o conselho trabalhar nos processos contra os deputados e o plenário absolvê-los.
– Vamos renunciar porque o caso mais emblemático é o deputado João Paulo Cunha. Está comprovada a sua ética indecorosa e a sua conduta inadequada. A absolvição significa que pegar dinheiro de empresa não é irregular e fazer contrato lesivo ao poder público não é irregular – disse Schirmer.
Neste momento, os dez parlamentares, mais a deputada Ann Pontes (PMDB-PA), que também pode renunciar, estão reunidos com o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). Edmar Moreira ainda não entregou a carta de renúncia, mas disse que pretende deixar o Conselho. Izar ficou surpreso com a decisão dos colegas:
– Mas como assim? Não me falaram nada?
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