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 | 06/04/2006 08h32min

Polícia Federal diz que Palocci ordenou quebra de sigilo

Ex-ministro e ex-presidente da Caixa serão submetidos a uma acareação

O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa apontará o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci como mandante do crime.

O inquérito será concluído no dia 21, mas a PF acredita ter desvendado a cadeia de comando da violação. Para os investigadores, são contundentes os indícios de que Palocci determinou ao ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso que vasculhasse a conta de Francenildo. Palocci foi indiciado por quebra de sigilo funcional e bancário, crimes também imputados a Mattoso. A dupla pode ser punida com até seis anos de prisão. Os policiais pretendem ainda fazer acareação entre Antonio Palocci e o ex-presidente da Caixa Federal Jorge Mattoso.

O delegado Rodrigo Carneiro Gomes chegou à conclusão de que Palocci foi o mandante da invasão da conta de Francenildo depois de interrogar o ex-ministro na noite de terça-feira, em sua casa. Palocci confirmou que recebeu o extrato da conta do caseiro das mãos de Mattoso, mas negou que tenha passado o documento adiante. Ele disse que, no dia seguinte, destruiu o documento num triturador de papel.

No decorrer do interrogatório, Palocci revelou que, antes da violação da conta do caseiro, soube por meio da jornalista Helena Chagas, do jornal O Globo, que Francenildo teria recebido "um bom dinheiro". Esse detalhe poderá comprometer em definitivo o ex-ministro. Para a PF, tudo indica que Palocci soube da movimentação financeira atípica do caseiro e, a partir de então, começou a acionar órgãos do governo para investigar Francenildo.

Em reunião fechada ontem no Congresso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Jorge Felix, confirmou que teve encontro com Palocci no auge das acusações do caseiro. Segundo o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), Félix relatou que Palocci reclamara de pressões que governo estaria sofrendo. O ex-ministro teria perguntado se poderia ser tomada alguma providência. Félix disse a Palocci que essa não era a função do GSI.

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