Ainda não há acordo entre governistas e oposicionistas para a votação do relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios. As discussões vão começar em menos de 24 horas.

Segundo o sub-relator de Fundos de Pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), os governistas não mostraram nenhuma disposição para o diálogo. O deputado afirmou ainda que o PFL, o PSDB e os demais partidos de oposição deverão apoiar o relatório de Serraglio.

O parlamentar baiano não descartou a possibilidade de a oposição criar uma comissão parlamentar de inquérito no Senado para dar prosseguimentos às investigações que não puderam ser concluídas pela CPI. ACM Neto ressaltou, no entanto, que nada pode, nem deve ser feito até o fim desta semana.

O deputado considera inviável a negociação de pontos colocados pela bancada do PT de mudanças no relatório de Serraglio. Entre eles, estão alterações no capítulo que diz respeito ao chamado mensalão. Os partidos da base aliada querem retirar do texto de Serraglio a vinculação do recebimento de recursos do empresário Marcos Valério de Souza por parlamentares para a votação de matérias de interesse do governo.

– O capítulo do mensalão é o coração do texto. É o ponto mais incisivo do relator – afirmou Magalhães.

Caso as conversas não evoluam, o sub-relator Maurício Rands (PT-PE) disse que o relatório será decidido no voto, com a apresentação do substitutivo pelos governistas. Nas contas de Rands, a base governista teria os 16 votos necessários para derrubar o relatório de Serraglio e aprovar o texto do substitutivo.

AGÊNCIA BRASIL