A possível saída do ministro Antônio Palocci da Fazenda e a expectativa de uma nova alta na taxa de juro nos Estados Unidos trouxeram bastante cautela no mercado financeiro neste início de semana.

O dólar comercial encerrou a primeira etapa com valorização de 1,76%, para 2,190 na compra e R$ 2,192 na venda, na maior alta desde 3 de fevereiro, quando terminou em R$ 2,208 na venda.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou a primeira etapa em queda de 0,75%, para 37.296 pontos (volume financeiro de R$ 700 milhões) e o risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, subia quatro pontos, para 236 pontos centesimais. Mirian Tavares, diretora da Corretora AGK, disse que o mercado dá como certa a saída de Palocci do governo e que é natural a apreensão sobre o substituto.

– Mas no médio prazo tudo deve se acertar. Aloizio Mercadante, por exemplo, um dos possíveis nomes para substituir Palocci, tem opinião diferente, mas não deve adotar uma nova política econômica neste momento. Agora, é claro, o mercado sempre especula e deixa o investidor um pouco mais cauteloso – disse Mirian.

O grande destaque desta semana é a reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano, sobre as taxas de juros nos Estados Unidos.

A analista disse que há uma preocupação global com o aumento dos juros nos Estados Unidos, mas ela não acredita que as taxas vão subir mais de duas vezes e passar de 5%. A reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Fed começa nesta segunda-feira e a expectativa é que o BC americano suba a taxa para 4,75% ao ano.

Na BM&F, todos os contratos apresentavam alta há pouco. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2007, o mais líquido, tinha há pouco alta de 0,53%, para 15,20%, contra 15,12% do fechamento anterior. Para outubro deste ano, a alta chegava a 0,33%, passando de 15,34% para 15,39%. Entre as ações mais negociadas na Bovespa estavam Petrobras PN e Vale do Rio Doce PNA.

As principais baixas eram de Cesp PN (4,45%) e Eletrobras ON (4,42%). Entre as altas estavam VCP PN (7,60%) e Aracruz PNB (6,47%).

AGÊNCIA O GLOBO