| 11/03/2006 16h23min
A tensa operação de desocupação dos sem-terra acampados na fazenda Coqueiros, no norte do Rio Grande do Sul, resultou na prisão de três integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), conforme a Globo News.
De acordo com o comandante regional da Polícia Militar em Passo Fundo, coronel Waldir dos Reis Cerutti, os motivos das prisões foram furto de objetos, danos ao patrimônio público causados pela depredação de uma viatura e de cárcere privado de dois policiais no dia da ocupação da área.
A coordenadora do MST Ana Soares nega todas as acusações, alegando que as prisões são "justificativas" para a ação do governo do Estado.
Segundo a versão da PM, o carro da polícia militar gaúcha teve os quatro pneus cortados, além de danos em telefones celulares e no rádio transmissor dos oficiais, no dia da ocupação, 28 de fevereiro. Na época, o MST já havia negado a acusação. Cerca de 300 militares participam da operação de desocupação da Fazenda Coqueiros deste sábado.
Ontem, as famílias que ocupam a fazenda realizaram uma assembléia em que decidiram sair da área. A decisão das famílias de desocupar a fazenda veio com a sinalização do Incra de destinar imediatamente 1,7 mil hectares para assentamentos no Rio Grande do Sul e de mais 2,4 mil hectares até o final do mês na região de Santana do Livramento e Capivari do Sul (RS).
Os cerca de dois mil integrantes do MST que desocuparam a Fazenda Coqueiros neste sábado seguiram para outra área provisoriamente. O acordo prevê que eles ficarão numa propriedade ao lado da antiga ocupação até o avanço das negociações com Incra.
Durante a retirada, a Brigada Militar tentou identificar os militantes que participaram da ocupação, mas foi impedida pelo movimento.
Além de áreas para assentamento, os sem-terra também reivindicavam a avaliação da Fazenda Coqueiros, de sete mil hectares e de propriedade da família Guerra, para saber se a área é produtiva.
Em nota oficial, o Incra informou que já iniciou
a fiscalização cadastral da propriedade para verificar e atualizar os dados. A fazenda já havia sido ocupada outras duas vezes, mas a última ação reuniu 14 acampamentos gaúchos e foi considerada entre os sem-terra como a maior ocupação dos últimos anos no Estado.
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