| 02/03/2006 15h36min
A elaboração de um documento com recomendações para 193 países está entre os principais desafios da 2º Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural. O evento ocorre entre os dias 7 e 10 de março em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, José Tubino, conta que as discussões terão como resultado uma declaração final, com um plano de ação para orientar os países-membros das Nações Unidas.
– Eu diria que uma grande responsabilidade vai ser em nível nacional, em que as recomendações da conferência terão de ser aplicadas em políticas públicas nacionais e em planos de desenvolvimento de cada país – salienta Tubino.
Segundo ele, o documento final deverá englobar propostas apresentadas por entidades da sociedade civil organizada, que participará do fórum "Terra, Trabalho e Dignidade", paralelamente à atividade oficial.
– Estamos trabalhando na organização do fórum intergovernamental, que é a responsabilidade da FAO, mas também cuidando de abrir os espaços necessários para um diálogo simultâneo com o fórum da sociedade civil – conta o representante da FAO, para quem a sociedade civil tem um papel fundamental no sentido de cobrar dos governos a implementação das ações.
– A FAO não tem capacidade de interferir na soberania nacional. A cobrança tem de ser da própria sociedade. A conferência vai criar uma plataforma durável de entendimento e diálogo sobre questões de desenvolvimento rural e reforma agrária, apoiada por um painel de observadores internacionais – avaliou Tubino.
A 2º Conferência Internacional sobre Reforma Agrária é uma promoção da FAO em parceria com o governo brasileiro. O último evento desse tipo ocorreu em 1979, na Itália.
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