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As dívidas dos importadores argentinos com seus fornecedores brasileiros começam a ser regularizadas. Das pendências estimadas em até US$ 2,5 bilhões, restam cerca de US$ 500 milhões. Os credores que têm mais dificuldades para receber são os exportadores brasileiros que fizeram negócios com pequenas empresas e venderam produtos acabados. A negociação envolve desde renúncia a parte dos créditos até troca de mercadorias.
Segundo o chefe do setor comercial da embaixada do Brasil em Buenos Aires, Roberto Ardenghy, desde março o Banco Central da República Argentina (BCRA) começou a liberar as remessas ao Exterior, que estavam virtualmente paralisadas desde dezembro. Nesse período, todos os importadores tiveram de apresentar documentos sobre as transações comerciais.
– Cerca de 99% das operações já estão registradas. No caso do Banco do Brasil, das 4 mil feitas, 3.996 já foram oficializadas – exemplificou Ardenghy.
Vencida a barreira burocrática, porém, ainda restam muitos obstáculos práticos. O mais difícil de ser vencido é o do corralito – restrição de movimentação bancária imposta a todos os argentinos desde o início de dezembro. O importador pode querer pagar, mas não ter disponibilidade de recursos. Segundo Ardenghy, 80% do comércio brasileiro com a Argentina era feito sem intervenção bancária, o que dificulta o levantamento completo das pendências. Mesmo assim, a orientação da embaixada é de que os exportadores brasileiros continuem fornecendo para seus clientes argentinos, até como forma de garantir seu pagamento.
– Se parar de vender, pode não receber mais. Uma das opções é cobrar uma parcela da dívida a cada nova exportação, entre 10% e 20% do valor – sugeriu Ardenghy.
O setor comercial da embaixada mantém um grupo de funcionários destacado para auxiliar sem custos os exportadores brasileiros em dificuldades. As duas partes são reunidas e, se há disposição para resolver, a negociação pode ser concluída nesse contato. Caso contrário, a representação aconselha a contratação de escritórios de advocacia especializados. Segundo Ardenghy, 80% dos casos já intermediados foram resolvidos com sucesso.
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