| 12/04/2002 22h13min
A diretoria do Figueirense ainda não definiu sua estratégia para tentar reverter a decisão de quinta-feira, 11 de abril, do Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que deu ganho de causa ao Caxias e tirou a vaga do alvinegro na Série A do Campeonato Brasileiro de 2002. Depois de três horas de reunião nesta sexta-feira no Estádio Orlando Scapelli, a única medida oficial foi agendar a data do novo encontro. Ficou marcada para as 20h da próxima quinta-feira, 18 de abril, outra reunião, com a presença de conselheiros do clube, representantes do departamento jurídico e dirigentes.
Até lá, advogados e juristas ligados ao clube vão estudar os caminhos possíveis para que o Figueirense dispute a Série A neste ano. Um deles é levar a decisão do STJD à Fifa, que poderia intervir administrativamente.
– Após termos em mão o acórdão do Tribunal Pleno nós vamos analisar com mais acuidade para ver se temos ainda alguma chance com relação à parte administrativa. Caso contrário, se não tiver outro caminho, vamos até a Justiça comum – afirmou o advogado do Figueirense, João Batista Baby.
A idéia de recorrer à Fifa se baseia na suposição de que o resultado de uma partida não possa ser anulado. Dessa forma, mantido o placar de 1 a 0 para o Figueira, as duas equipes terminariam empatadas no quadrangular final da Série B, mas a equipe catarinense teria uma vitória a mais e se garantiria na Primeira Divisão.
O problema é que, além do artigo 299 do Código Brasileiro Disciplinar do Futebol (CBDF), o Figueirense também foi enquadrado no artigo 14 do Regulamento Geral das Competições Organizadas pela CBF. E, de acordo com o artigo 14, o Caxias é o vencedor do jogo, com o placar de 1 a 0.
Já a idéia de recorrer à Justiça comum é analisada com cuidado porque a própria Fifa e a CBF não aceitam medidas desse tipo e podem punir o clube caso não seja acatada a decisão da Justiça Desportiva.
Uma outra maneira de o Figueirense disputar a Série A deste ano é tentar a condenação do Caxias pelo cai-cai no jogo contra o Avaí, também pela Série B do Campeonato Brasileiro. Embora o caso já tenha sido julgado, o Figueirense entrou com queixa na CBF alegando que o cai-cai partiu de decisão da diretoria do clube gaúcho.
– Se o tribunal julgar procedente, o Caxias pode ser suspenso por até 180 dias. Mas isso mas não vai reverter a decisão de ontem (quinta, 11 de abril). No entanto, caso o Caxias cumpra a suspensão, certamente o Figueirense assumiria o lugar dele, por ser o mais bem classificado – afirmou Baby.
Mas, demonstrando abatimento, o próprio advogado é pessimista em relação ao futuro do Figueirense:
– Com o julgamento de ontem você perde um pouco da credibilidade na forma de julgar do tribunal e de seus objetivos. Não tenho grandes esperanças – comentou Baby.
O presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Delfim Pádua Peixoto Filho, por sua vez, disse nesta sexta que não vai medir esforços para que o Figueirense dispute a Série A. Nem que seja propondo virada de mesa, afirmou o dirigente.
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