| 03/02/2006 14h15min
Em rápida entrevista na porta da Polícia Federal depois de prestar depoimento por três horas, o empresário Marcos Valério negou ter qualquer relação com a suposta lista de doações ilegais que teria sido organizada pelo ex-diretor de Furnas Dimas Toledo com nomes de tucanos e parlamentares da base aliada do governo passado. O empresário admitiu ter sido perguntado pelos policiais federais sobre o assunto, mas negou relação com o caso.
– Vi a lista. Não vi os nomes todos porque não conheço o senhor Dimas Toledo. Nunca trabalhei em Furnas. Minhas empresas nunca fizeram nenhuma campanha publicitária lá – afirmou.
Valério afirmou também que não foi o responsável pela abertura da conta Dusseldorf numa agência do BankBoston em Miami. Na CPI dos Correios, o publicitário Duda Mendonça disse ter aberto a conta por orientação de Valério para receber no exterior os R$ 10 milhões que o PT lhe devia. Ao responder a perguntas se tinha sido responsável por orientar Duda a abrir a conta, Valério afirmou:
– Ratifiquei todos os meus depoimentos. No meu depoimento eu deixo claro que não fui eu (quem mandou Duda abrir a conta no Exterior) – disse o empresário.
Marcos Valério negou ainda ter enviado recursos para outra conta do publicitário baiano no Exterior. Ele disse ter certeza de que vai ser indiciado pela Polícia Federal e afirmou estar colaborando com a Justiça.
– Estou vivendo cada dia um dia e com tudo bloqueado. Como acabei de dizer, vou ser indiciado e vou me defender na Justiça, mas quem deu toda colaboração e todos os documentos para a CPI fui eu – afirmou o empresário, acrescentando que não fechou nenhum acordo para receber o benefício da delação premiada.
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