| 17/01/2006 22h14min
Ao deixar o Congresso, já preso e conduzido pela polícia do Senado, o advogado Marcus Valerius Pinto Pinheiro de Macedo disse a jornalistas que sua detenção "foi arbitrária" e que ele foi "humilhado e constrangido como cidadão". Valerius diz ter prestado serviços à empresa aérea Skymaster de 1999 a 2001.
A prisão em flagrante efetuada hoje foi a primeira em sete meses de investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. O advogado foi preso por desacato, após uma série de desentendimentos com os parlamentares durante o seu depoimento. O estopim foi a resposta que deu quando o deputado Geraldo Tadeu (PPS-MG) pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da irmã e da esposa do depoente. – Da mãe também seria bom – disse. Geraldo Tadeu requereu, de imediato, a prisão por desacato, no que foi atendido pelo sub-relator, José Eduardo Cardozo (PT-SP), e pelo presidente da Comissão, Delcídio Amaral. Antes, o advogado não havia respondido as indagações do sub-relator e de outros parlamentares da comissão a respeito dos saques efetuados pelo segurança Francisco Marques Carioca, numa agência bancária em Manaus (AM). O total de saques efetuados por Carioca, entre 1999 e 2001, período em que trabalhou para a Skymaster soma pouco mais de R$ 1 milhão. Por várias vezes, o advogado interrompeu e interpelou os parlamentares e o próprio sub-relator enquanto faziam seus questionamentos. A primeira advertência sobre a sua conduta partiu do presidente em exercício da comissão, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA). O próprio José Eduardo Cardozo advertiu, pelo menos por quatro vezes, o depoente, por conta de sua conduta. – O depoente não pode interpelar um parlamentar. Quando manda calar ele deve calar, sob pena de desacato. Deve limitar-se a responder as perguntas, sem tecer comentários sobre os trabalhos da CPI – disse o sub-relator. AGÊNCIA BRASILGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.