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A Argentina pode cair na hiperinflação se não se tomarem medidas urgentes para deter a corrida para o dólar, avaliaram ontem vários economistas. O governo não consegue gerar confiança na moeda argentina, e por isso não se sabe ainda até onde pode chegar a cotação da moeda norte-americana, advertiram.
O economista Miguel Angel Broda disse ontem que o governo deve definir formas de gerar credibilidade e substitutos do dólar “para que as pessoas possam economizar e não tenham como único caminho comprar a moeda americana”. Segundo ele, dificultam a situação as sentenças da Justiça que liberam o dinheiro retido desde dezembro nos bancos pelo chamado “corralito”. Para Fernando Losada, economista-chefe do ABN Amro Bank, o problema é que o governo “está metido numa confusão muito grande e as pessoas perderam a confiança na moeda”:
– O governo errou de forma muito séria ao apostar todas as suas fichas na ajuda de Washington, em vez de atuar em casa. Neste momento, a cotação do dólar não tem limite.
Amadeo Vázquez disse que “a crise vem em velocidade de Fórmula-1, e as soluções, de carroça”. Segundo ele, “não se pode aplaudir que as reservas do Banco Central sejam queimadas (para conter o dólar) e não se façam reformas”. Claudio Lozano, ligado à Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), opinou que o Banco Central “deve discutir com os exportadores para liquidarem divisas, e não mantê-las no Exterior, especulando”. Segundo Héctor Valle, ex-assessor do Ministério da Produção, com o dólar a dois pesos, a estimativa era de que a inflação chegasse a 40%. Com o dólar a três pesos, pode chegar a 60%.
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