| 04/01/2006 09h33min
O Palácio do Planalto planeja fazer em 2006 mais obras nas áreas de energia e transportes do que nos três primeiros anos da gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
A ofensiva do governo, destinada a impulsionar a candidatura de Lula à reeleição, foi anunciada ontem pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e será financiada com recursos de bancos estatais e fundos de pensão.
A empreitada começa em março, quando ocorre a licitação para vender o ramal norte da Ferrovia Norte-Sul, que vai de Palmas, em Tocantins, a Açailândia, no Maranhão, de 720 quilômetros. Dilma disse que a estrada é considerada estratégica pelo governo. A Norte-Sul foi uma das obras mais criticadas pelo PT durante o governo José Sarney (1985-1990).
Lula pretende levar a obra, que hoje tem 215 quilômetros, entre Açailândia e Aguiarnópolis, no Maranhão, até Araguaína, no norte de Tocantins. No ano que vem, a estrada alcançará o final do ramal norte, em Palmas. A intenção
do governo é vender a concessão para o
serviço privado com lucro de U$ 200 milhões (cerca de R$ 500 milhões). Com esse dinheiro, segundo Dilma, o governo poderá fazer o ramal Sul, que vai de Anápolis, em Goiás, até Palmas. Depois, o venderá para outro consórcio.
Em abril, será aberta a concessão para 3.059 quilômetros de oito rodovias no Sul e Sudeste, entre elas a Regis Bittencourt e a Fernão Dias (veja quadro ao lado). A ministra da Casa Civil reafirmou também o início das obras emergenciais de tapa-buracos das rodovias para segunda-feira e acusou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de não ter feito planejamento para nada.
Em maio, o governo ofertará à iniciativa privada seis hidrelétricas, que vão gerar cerca de 5 mil megawatts - quase meia Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo, cuja potência é de cerca de 12,6 mil megawatts.
Somente as hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, planejadas para o Rio Madeira, em Rondônia, vão custar cerca de R$ 20 bilhões. Juntas, terão
capacidade para gerar 4,24 mil
megawatts. Cada uma terá 44 turbinas, que poderão ser montadas em fases diferentes. Dilma disse que possivelmente será aberta uma fábrica de turbinas na Região Norte para atender às duas hidrelétricas.
– Temos energia garantida para até 2010 caso o país cresça cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. Portanto, para termos energia nova em 2011, precisamos começar a construir as novas hidrelétricas em novembro – disse Dilma.
Dilma defendeu a liberação de emendas parlamentares ao Orçamento, mesmo que seus autores tenham sido cassados, como os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP), ou que tenham renunciado, como Paulo Rocha (PT-PA) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE).
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O governo planeja iniciar na próxima semana a segunda fase de concessões de rodovias federais, com previsão de assinatura de contratos a partir de maio. São oito os lotes que entram nessa fase: |
> BR-153 (trecho que atravessa todo território de São Paulo) |
> BR-116 (trecho que vai de Curitiba até a divisa do Santa Catarina com o Rio Grande do Sul) |
> BR-393 (trecho que vai da divisa de Minas Gerais com Rio de Janeiro até o entroncamento da BR-116) |
> BR-101 (no Rio de Janeiro, a partir da Ponte Rio-Niterói até a divisa do Rio com Espírito Santo) |
> BR-381 (Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo) |
> BR-116 (trecho que liga São Paulo a Curitiba, conhecido como rodovia Régis Bittencourt) |
> BR-116 (trecho que começa em Curitiba e vai até Florianópolis e envolve três rodovias) |
> BR-101 (trecho que cruza todo estado do Espírito Santo) |
> Alguns dos trechos vão passar pela operação tapa-buracos, prevista no Plano Emergencial de Recuperação das Estradas, anunciado pelo governo na semana passada. É o caso da BR-101, no Rio de Janeiro. |
Zero Hora |
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