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 | 14/12/2005 12h41min

Brasil e G-20 querem limite para fim dos subsídios

Medida seria a única forma da reunião da OMC em Hong Kong ter êxito

Em meio às difíceis negociações que acontecem na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Hong Kong, o Brasil e os demais integrantes do G-20, que lutam por mais acesso de suas exportações agrícolas aos mercados já admitem que, no encontro que termina no próximo domingo, a única chance de êxito, quando se trata de seus interesses, é a fixação de uma data definitiva para a eliminação dos subsídios às exportações.

O G-20 quer que isto aconteça até 2010, mas sofre resistência da União Européia, que agora resolveu incluir temas que estavam fora da rodada como contrapartida dos países em desenvolvimento, como compras governamentais. Fora isso, pontos como apoio doméstico e acesso a mercados ficarão para o que já estão chamando de Hong Kong2, em abril ou maio de 2006.

A única certeza da rodada, que tem forte clamor político, é um acordo para que as nações menos desenvolvidas, especialmente as africanas e as caribenhas, tenham tratamento diferenciado ao exportarem seus produtos para os diversos mercados. A idéia é não colocar qualquer tipo de barreira aos produtos desses países, o que justificaria o nome da rodada, "do desenvolvimento". Agradaria a opinião pública, as organizações não-governamentais e, assim, evitaria o sabor de um fracasso total.

Eliminar subsídios às exportações significa rever programas de financiamento externo, reduzir as compras subsidiadas realizadas por estatais e acabar com distorções de mercado justificadas por mecanismos de ajuda alimentar. Resistem a um acordo do gênero, principalmente, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Por outro lado, o Brasil e os outros países em desenvolvimento ficam à mercê de um impasse entre as duas maiores potências. Os Estados Unidos afirmam que só vão apresentar uma proposta mais ousada na parte de apoio doméstico se os europeus concordarem em avançar em sua oferta de acesso a mercados. E vice-versa. Por isso, esses temas terão de ir, obrigatoriamente, para Hong Kong2 que, não necessariamente, será realizada em Hong Kong.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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