| 28/11/2005 21h42min
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo ouviram hoje uma nova testemunha que muda a versão e a motivação para a morte do prefeito Celso Daniel (PT-SP), de Santo André, assassinado em janeiro de 2002. Segundo a testemunha, uma mulher, que teve a identidade preservada, o ex-segurança do prefeito e empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, mandaram seqüestrar o ex-prefeito para levantar R$ 3 milhões.
Metade desse dinheiro seria para pagar um traficante que financiara a campanha eleitoral para a prefeitura de 2000, com a promessa de que o prefeito liberaria as lotações com vans. O traficante teria investido R$ 1,5 milhão na campanha de Celso Daniel.
Segundo a testemunha, o prefeito não sabia da promessa. O traficante pediu então seu dinheiro de volta e Sombra armou o seqüestro para saldar a dívida. De acordo com a testemunha, o traficante possuía mil vans e seria cearense.
Por esta nova versão, Celso Daniel foi morto porque reconheceu um dos
seqüestradores, conhecido como Cabo
Lima, ligando a Sombra. A nova testemunha, que faz trabalhos sociais em uma favela da Zona Sul de São Paulo, foi ouvida pelos membros da CPI dos Bingos, senadores Magno Malta (PL-ES), Romeu Tuma (PFL-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
O promotor Roberto Wider afirmou que o novo testemunho será investigado. A nova testemunha afirmou que tinha um informante, conhecido como Paraíba, assassinado durante as investigações. Paraíba teria sido convidado a participar do seqüestro mas teria recusado. A testemunha, que não teve a identidade revelada pela polícia, afirmou ainda que Paraíba foi morto pelo Cabo Lima, que supostamente teria dirigido um dos carros no seqüestro do prefeito. Cabo Lima também estaria morto.
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