| 22/11/2005 18h28min
Depois de participar de um congresso de agricultura familiar em Luziânia, Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, está mantido no cargo e continua prestigiado. As afirmações do presidente ocorreram nesta terça em uma rápida entrevista após a abertura do congresso, enquanto chovia forte sob o local.
– Palocci está firme no cargo, está mais firme do que nunca – disse Lula.
Questionado sobre se o ministro da Fazenda deixaria o governo, o presidente apenas respondeu negativamente com a cabeça. Hoje, Palocci participa de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e comentou sua possível saída do governo. Segundo o ministro, somente Lula poderia dizer se ele continuaria ou não no Ministério.
– Vou colaborar com o presidente até o momento que ele achar que estou ajudando, a ele e ao país – afirmou Palocci.
Nesta manhã, informações procedentes de Brasília sondavam que Palocci compareceria à audiência já na condição de ministro demissionário. As notícias sobre a saída do ministro e sua possível substituição pelo senador Aloízio Mercadante (PT-SP) fizeram a bolsa cair e levaram o dólar a subir mais de 2% no período da manhã. No final da tarde a moeda americana reduziu o ritmo de valorização e a bolsa passou a subir.
Na Câmara, Palocci defendeu veementemente a política econômica atual, reafirmando que a rota não deve ser alterada mas que pode ser seguida sem ele.
– Não estou acima das avaliações. Acima das pessoas estão as políticas. Mais importante do que a presença de um ministro é a política, que não pode mudar. Estou empenhado em melhorar e avançar na política econômica –afirmou Palocci.
O presidente Lula – que teve forte queda de popularidade na última pequisa CNT/Sensus divulgada hoje, afirmou ontem que não mudará a política econômica e usou um discurso oficial para
citar e elogiar o ministro da Fazenda.
Mas, ao mesmo tempo, foi enfático ao dizer que a política econômica é "do governo e não do ministro Palocci" e que há espaço para divergências, numa referência à disputa sobre o aprofundamento ajuste fiscal entre Palocci e a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Nesta tarde, porém, Palocci se esquivou de comentar os pontos em que diverge de Dilma. O questionamento foi feito pelo deputado federal Alberto Goldman (PSDB-SP):
– Não é minha função citar diferenças. Quero trabalhar por coesões. Posso ser, inclusive, acusado de dumping pela oposição se fizer o que o senhor me propõe aqui – brincou.
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