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 | 08/11/2005 08h41min

Rigotto diz que RS não pode ficar à margem do processo presidencial

Governador gaúcho acredita ter aperfeiçaodo a boa iniciativa do PT

No início de 2006, o governador Germano Rigotto vai tirar férias de 30 dias, as primeiras em três anos de mandato. A partir da segunda quinzena de janeiro, ele começa a se preparar para o projeto político mais ambicioso em quase três décadas de vida pública: concorrer à Presidência da República.

No domingo, em uma rápida passagem por Caxias do Sul para participar da eleição municipal do PMDB, o governador concedeu uma entrevista à Agência RBS. Em uma hora e meia, fez um balanço de seu mandato e projetou 2006, sinalizando como pretende vencer a prévia do PMDB, marcada para o dia 5 de março, e obter a candidatura ao Planalto.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Agência RBS - Faltando dois meses para o fim do terceiro ano de mandato, que avaliação o senhor faz do governo?

Germano Rigotto - Quem deve fazer avaliação do meu governo é a população. Posso dizer que nenhum governador assumiu o Estado na difícil situação em que assumi, e sem os remédios que os outros governadores tiveram. O governo gasta 52% da sua receita com os inativos, uma situação que só mudará com o passar do tempo. Os outros 48% estão praticamente concentrados nos gastos com educação, saúde e segurança, que é onde a sociedade mais exige investimentos. Não fiz as dívidas do Estado, mas tenho de pagar 18% da receita para a União. Só quem está no governo sabe como é.

Agência RBS - Não havia como fazer uma reforma estrutural, reduzir CCs, por exemplo?

Rigotto - Vejo gente que passou pelo governo dizer hoje que é preciso fazer uma reforma estrutural. Quando estavam no governo não fizeram. Em Minas Gerais, que todo mundo comenta, o governo paga 13% da receita líquida para a União. Eu pago 18%. Se eu tivesse mais 5% de receita para trabalhar, as coisas já poderiam ser diferentes. Reduzi 2,3 mil CCs, mais do que Minas, mas o trabalho de marketing de Minas foi muito mais bem feito.

Agência RBS - Qual é a marca que o governo Rigotto vai deixar?

Rigotto - Já ouvi essa pergunta antes. Agora eu te pergunto: qual é a marca dos governos anteriores? Quero comparar com a minha.

Agência RBS - Há quem diga que a marca do governo Olívio Dutra foi o Orçamento Participativo, e a do governo Antônio Britto, a General Motors.

Rigotto - Britto trouxe a GM? Pois eu dupliquei a GM, estou trazendo investimentos como nunca para o Estado. Estou fazendo com que a Metade Sul se desenvolva como nunca. Foram investimentos de mais de R$ 300 milhões da Votorantim lá na Metade Sul. Sem falar nos investimentos da Aracruz, da Schincariol, da nova planta da John Deere. Orçamento Participativo? A nossa Consulta Popular aperfeiçoa a participação popular. O tempo vai dizer isso. Nós aperfeiçoamos a boa iniciativa do PT.

Agência RBS - Entre o final de janeiro e o início de fevereiro o senhor deve entrar em férias. Pretende percorrer o país nesses 30 dias de folga para começar a pavimentar a sua candidatura à Presidência da República?

Rigotto - Não vou falar agora nessa questão. As pessoas começam a enxergar que o PMDB pode entrar forte com um candidato que seja uma alternativa ao PT e ao PSDB. E as pessoas vão enxergar mais isso em fevereiro de 2006, quando o processo das prévias do PMDB estiver deflagrado. O Rio Grande do Sul não pode ficar à margem desse processo, vendo São Paulo e Rio de Janeiro lançarem seus candidatos. Na segunda quinzena de janeiro vou definir minha participação nesse processo.

Agência RBS - O senhor acredita que pode repetir em 2006 o desempenho que teve na eleição ao governo do Estado?

Rigotto - Não tenho a menor dúvida de que hoje temos um quadro em que os nomes que participaram da última eleição, como Anthony Garotinho, José Serra, e o próprio Lula, estão ainda na cabeça dos eleitores. Esses nomes têm o recall de 2002. A pesquisa eleitoral definitiva, que vai mostrar as possibilidades de cada um, será lá em abril, maio. Tudo que diziam há sete meses, que havia um candidato imbatível (Lula), já mudou. Não tenho dúvida de que o que aconteceu em 2002 pode se repetir, quando havia dois candidatos com 40% e um com 2% (Rigotto), que acabou ganhando a eleição.

STEFAN LIGOCKI/ AGÊNCIA RBS
 

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