Cercado por apoiadores, o ditador líbio Muamar Kadafi voltou a se pronunciar na TV estatal nesta manhã. Ele afirmou que o povo deseja morrer para defendê-lo e que irá "colocar os dedos nos olhos daqueles que desafiarem o poder popular" no país, segundo a tradução literal exibida pela rede CNN.

— O poder na Líbia é o poder do povo — disse ao participar, em Trípoli, de uma cerimônia que celebra o 34º aniversário da instauração do "poder das massas". O ditador explicou que a população é livre para exercer sua própria autoridade e que nenhuma lei é feita sem a aprovação de conferências populares.

Kadafi culpou novamente a Al-Qaeda e os veículos de comunicação estrangeiros pelos protestos populares que exigem sua renúncia. Para ele, a influência de outros países é um insulto ao poder, à dignidade e à glória de seu povo.

— Eu não vejo TV, eu leio livros. Eu não assisto à TV por satélite. É uma perda de tempo — declarou.

O ditador afirmou que os rebeldes ameaçam militares com armas e os obrigam a desertar as tropas. Ele disse ainda que as manifestações na Líbia são um ataque terrorista e que a imprensa estrangeira noticia os fatos de forma errada:

— Quando morre um, dizem que foram 100 mortos. Os terroristas estão matando gente, violentando mulheres e se escondendo nas mesquitas.

Em gráfico, entenda o avanço dos rebeldes na Líbia: