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PT dá apoio informal a plebiscito da Alca

Para evitar desgaste nas eleições, partido decidiu não aderir ao evento

Oficialmente fora do Plebiscito Nacional sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) por temer desgastes eleitorais, o PT está informalmente presente na campanha, iniciada no domingo.

Além de lideranças do partido estimularem a participação de petistas no plebiscito, que se estende até o próximo dia 7, o PT imprimiu 100 mil exemplares de jornal no qual tenta esclarecer sua posição sobre a Alca. É uma tentativa de evitar desgaste com militantes de movimentos sociais de esquerda insatisfeitos com o partido.

Em 29 de julho, a executiva nacional do PT havia decidido não aderir ao evento, apontando que os organizadores buscavam um "estreitamento" da campanha, dificultando a "ampliação social da iniciativa, restringindo-a apenas ao campo da esquerda". São ações contraditórias, mas que têm como razão o temor de perdas e críticas da direita e da esquerda à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, a exemplo do que ocorreu em 2000, quando foi realizado o plebiscito sobre o pagamento ou não da dívida externa.

Para evitar o eventual uso eleitoral do atual plebiscito, com claro viés antiamericano, o PT saiu da sua organização, o que lhe valeu críticas dos movimentos sociais de esquerda historicamente vinculados ao partido.

No jornal recém-lançado, as diferenças do PT com os organizadores do plebiscito começam nos slogans. O da campanha é "Soberania sim! Alca não''. O dos petistas é mais sutil: "Alca: não à anexação, sim à integração soberana. O PT em defesa de uma integração democrática das Américas''. O panfleto traz artigos de Lula, Aloizio Mercadante e Marco Aurélio Garcia explicitando a posição contrária do partido à Alca, da forma que ela é atualmente negociada, mas não a descartando totalmente.

O plebiscito sobre a Alca foi convocado por 36 entidades, entre elas Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Nacional dos Estudantes (UNE). As cédulas e urnas estão em prédios de sindicatos, partidos, organizações não-governamentais e locais públicos com grande movimentação.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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