| 10/01/2012 17h54min
Quando um bebê começa a engatinhar, ele ganha autonomia e desperta para diferentes formas e objetos. Nesta fase, é preciso estar muito atento aos exploradores mirins. Eles têm mania de colocar tudo o que veem pela frente na boca, incluindo coisas que podem provocar problemas sérios, como peças de brinquedo, botão, alfinetes, bolas de gude, moedas e parafusos. Até a hora de comer demanda atenção, principalmente com ossos de frango e espinhas de peixe.
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Sufocamento (ou obstrução das vias aéreas) é a principal causa de morte de bebês com até um ano de idade em acidentes, segundo a ONG Criança Segura. Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2008, 754 crianças de até 14 anos morreram vítimas de sufocamento no Brasil.
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Por isso, a prevenção é fundamental. Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Luiz Felipe Cunha Mattos, não existe uma regra que possa ser aplicada em todas as casas.
— A partir dos seis meses, é recomendável avaliar riscos. E, dependendo da situação, descartar ou não o objeto — exemplifica Mattos.
Quando a prevenção não funciona, e um objeto perigoso é engolido, algumas providências devem ser tomadas. Para Júlio Pereira Lima, presidente da regional do Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), alguns erros muito comuns são cometidos na hora do socorro.
— Normalmente, o primeiro impulso é bater nas costas da pessoa ou colocar os braços ao redor do tronco e pressionar o abdômen para que o corpo estranho seja expelido. Entretanto, essas medidas podem, na verdade, levar o indivíduo a engasgar e até a aspirar o objeto de forma a levá-lo direto para o pulmão, impedindo a pessoa de respirar — alerta.
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Retirada deve ser feita com endoscopia
Presidente da regional do Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Júlio Pereira Lima explica que a primeira medida deve ser sempre procurar um serviço de atendimento de urgência para que, com um endoscópio, o especialista possa verificar em qual local o corpo estranho se alojou e retirá-lo sem comprometer o aparelho digestivo ou qualquer outro órgão.
— Caso não haja tempo, é possível tentar fazer a pessoa expelir o objeto virando-a de cabeça para baixo e batendo nas costas. É raro, mas pode funcionar — relata.
O endoscopista conta ainda que, em Porto Alegre, onde o consumo de carne e aves é maior, idosos costumam engolir com frequência fragmentos de ossos de galinha. Entretanto, a maior parte das ocorrências envolve crianças de até cinco anos.
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— Costumamos ver as coisas mais inusitadas: cabeças de bonecos Playmobil, moedas, pilhas e baterias. A única forma de retirá-los com segurança é a endoscopia digestiva — finaliza o especialista.
Previna
Como proteger a criança de sufocação ou engasgamento:
:: Corte os alimentos em pedaços bem pequenos na hora de alimentar a criança.
:: Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios quando o bebê estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia.
:: Compre somente brinquedos apropriados para a criança. Verifique as indicações de idade no selo do Inmetro.
:: Certifique-se de que o piso está livre de objetos pequenos como botões, colar de contas, bolas de gude, moedas e tachinhas.
:: Você pode testar se determinadas partes de brinquedos oferecem risco de engasgamento para crianças de até quatro anos. Para isso, utilize uma moeda de R$ 1 como referência, ela tem o diâmetro aproximado da garganta da criança.
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Identifique
Reconheça os sintomas de engasgamento:
:: Tosse sem causa aparente
:: Infecções respiratórias repetitivas
:: Chiado no peito, geralmente apenas de um lado
:: Secreção amarelo-esverdeada em apenas uma narina
:: Obstrução nasal em apenas um dos lados do nariz
:: Coceira ou dor intensas em um dos ouvidos
LÍVIA MEIMES / ZERO HORA
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