Ambiente | 19/05/2011 06h12min
O gaúcho reduziu o uso de sacolas plástica para carregar as compras. Em dois anos, os gaúchos deixaram de consumir 300 milhões de sacolas, uma queda de 20%, segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
A preocupação com os danos ao meio ambiente fez os vereadores de São Paulo tomarem uma decisão drástica, aprovaram um projeto de lei para proibir o uso destas embalagens pelos supermercados, nesta terça-feira. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), anualmente são consumidas 29,4 bilhões de sacolinhas apenas no Estado de São Paulo, quase 20 vezes o que se consome no Rio Grande do Sul.
O Estado reúne bons exemplos, como Getúlio Vargas, no norte do Estado. Desde outubro de 2010, mais de 3 mil sacolas retornáveis foram adquiridas pela população por incentivo da prefeitura e dos estabelecimentos comerciais. Agora, a prefeitura está promovendo ações em frente aos supermercados e nas escolas para que as pessoas passem a utilizar sacolas de pano.
A mudança no comportamento dos gaúchos é atribuída à melhoria da qualidade da sacola plástica (mais resistentes, menos unidades precisam ser usadas), à crescente conscientização da população e aos investimentos do setor supermercadista em treinamentos de empacotadores e funcionários.
— Somos favoráveis à implantação de um modelo que já é comum em muitos países europeus, que é a cobrança de um valor simbólico pelas sacolas plásticas nos supermercados. É um caminho para conscientizar a população para o consumo responsável deste produto_ explica o presidente da Agas Antônio Cesa Longo
A redução anima, mas o índice poderia ser bem melhor. De acordo com a Agas, apenas de 3% a 5% dos consumidores são adeptos ao uso da sacola retornável, feita de tecido e oferecida pela maioria dos supermercados para compra, custando em média R$ 5,00.
Dados também revelam que 61% das sacolas plásticas levadas pelos consumidores saem dos estabelecimentos com a metade da capacidade e 13% dos clientes levam sacolas extras para utilizar como sacos de lixo. Por ano, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões na compra de 1,5 bilhão de sacolas plásticas, o que representa um consumo de 140 sacolinhas por pessoa anualmente.
Conscientização
O uso das sacolas retornáveis só será maior quando uma mudança cultural acontecer. Para Darci Bernech Campani, coordenador de gestão ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), assim como na coleta seletiva, implantada na década de 1990 em Porto Alegre e que ainda não é feita por boa parte da população, o uso das sacolas de tecido também precisará de um tempo para se tornar hábito
— As pessoas devem pensar como continuar com os confortos que têm, fazendo isso de uma forma que agrida menos o ambiente, mesmo que para isso tenha que se gastar um pouco mais— relata o professor.
Segundo ele, o ideal seria utilizar sacolas de pano para as compras e usar sacos de lixo comprados, que já são reciclados, ao invés de sacolinhas de supermercado, que são virgens e exigem o uso de petróleo para sua produção.
Bons exemplos
Para tentar minimizar o problema gerado com as sacolinhas plásticas, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou em novembro uma lei que obriga os grandes estabelecimentos comerciais da cidade a utilizarem material de fonte renovável ou reciclável em suas sacolas ou embalagens.
A lei foi sancionada em janeiro e os estabelecimentos cuja área comercial seja igual ou superior a 500 metros quadrados terão até janeiro de 2012 para substituir as embalagens comuns pelas recicladas. Caso não seja cumprida a legislação, os comerciantes deverão pagar multa e poderão até mesmo ter seus alvarás suspensos pela prefeitura.
Já em Santo Ângelo, um projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores institui que as sacolas plásticas das lojas terão de ser substituídas por sacolas de pano ou do tipo oxibiodegradáveis, material que se decompõe em 18 meses. Se a lei for sancionada, os estabelecimentos terão até três anos para se adaptar.
Em São Paulo, o projeto de lei aprovado esta semana segue para sanção do Executivo e entra em vigor em janeiro de 2012. Até lá, os lojistas passarão por um período de adaptação e serão obrigados a expor em seus estabelecimentos cartazes de 40cm x 40cm com a mensagem: "Poupe recursos naturais! Use sacolas reutilizáveis". Quem não respeitar a lei, vai pagar multa que varia entre R$ 50 e R$ 50 milhões, dependendo do tamanho e faturamento do estabelecimento.
Dicas para o uso consciente
— As sacolas plásticas levam mais de 100 anos para se decompor. Além disso, uma das matérias primas para sua produção é o petróleo. Por essa razão, o ideal seria utilizar sacolas de pano para as compras e usar sacos de lixo comprados, que já são reciclados, em vez de de sacolinhas de supermercado, que são virgens.
— Em casa, a melhor forma de separar o lixo é entre orgânico e seco. Cada um deve ter a sua lixeira específica. O ideal é que os itens do lixo seco sejam limpos antes de serem enviados para reciclagem. Embalagens de lasanhas e potes de extrato de tomate, por exemplo, podem ser lavados juntamente com a louça e depois colocados no lixo. Caixas como as de leite ou suco, pode ser abertas para economizar espaço e facilitar o transporte. Lixo orgânico pode ser colocado em sacos biodegradáveis, que irão se decompor juntamente com o resíduos.
— O caminhão que recolhe o lixo orgânico e o que recolhe lixo seco passam em dias diferentes em Porto Alegre. Coloque em frente a sua casa o lixo a ser recolhido naquele dia. Por meio do link http://www2.portoalegre.rs.gov.br/dmlu/default.php?p_secao=147, você pode saber onde estão transitando os caminhões da coleta do lixo domiciliar na Capital e estimar quando será feita a próxima coleta.
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