Energia Limpa | 12/04/2011 08h10min
Em uma floresta de cerca de 400 tubos verdes com oito metros de altura perto de Alicante, no leste da Espanha, pesquisadores desenvolveram o que pode ser o combustível do futuro: um biopetróleo produzido com microalgas que se alimentam do dióxido de carbono (CO2) lançado por uma fábrica de cimento vizinha, transportado por tubulações.
Os cientistas franceses e espanhóis da empresa Bio Fuel Systems (BFS) trabalham há cinco anos neste projeto, ainda experimental. A ideia é reproduzir e acelerar um processo que durou milhões de anos e permitiu a produção de petróleo fóssil.
— Tentamos simular as condições que havia há milhões de anos, quando o fitoplâncton tornou-se petróleo. Dessa forma, obtivemos um petróleo equivalente ao petróleo atual — explica o engenheiro Eloy Chapuli.
As microalgas, procedentes de uma dezena de cepas mantidas em segredo, foram recolhidas do Mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico. Nos tubos, reproduzem-se em grande velocidade, desdobrando-se diariamente por fotossíntese graças ao CO2 emitido pela fábrica.
Todos os dias, uma parte desse líquido muito concentrado é extraída e filtrada, permitindo a obtenção de uma biomassa que produzirá petróleo. A água restante volta a ser introduzida nos tubos. Para seus inventores, a outra grande vantagem desse sistema é que ajuda a acabar com a contaminação: absorve CO2 que, de outra forma, acabaria na atmosfera.
— É um petróleo ecológico. Ainda precisaremos de cinco a 10 anos mais para passar a uma produção industrial — assegura o presidente e fundador da BFS, o engenheiro francês Bernard Stroazzo-Mougin, que espera poder desenvolver no curto prazo um primeiro projeto em grande escala no sul da Espanha e outro na ilha portuguesa de Madeira.
A BFS, uma empresa de capital privado, busca agora negociar com vários países para que patrocinem a instalação de campos petrolíferos artificiais.
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