Ambiente | 09/04/2011 07h10min
O fotógrafo Rodrigo Baleia está acostumado a encontrar cenas de devastação ambiental. Sua lente registra queimadas e desmatamento para nomes como a National Geographic e o Greenpeace. No final da tarde de sexta-feira, antes de um bate-papo na Agência Escala, em Porto Alegre, Baleia conversou com exclusividade com o Nosso Mundo. Hoje, o fotojornalista ambiental mostrará seu trabalho no TEDx Laçador.
Nosso Mundo Sustentável: É fácil fotografar áreas com crimes ambientais como queimadas e desmatamento?
Rodrigo Baleia: Tanto em ações em navios quanto em aviões, costumamos trabalhar com pessoas de diferentes culturas e em um nível de estresse muito alto. Na Amazônia, por exemplo, o trabalho costuma ser arriscado, pois há muita gente importante envolvida. Mesmoa assim, nesses momentos, sempre observo que as pessoas se unem já que o objetivo final é um só: denúnciar crimes ambientais.
NMS: O que tu destacarias das tuas visitas à região Amazônica?
Baleia: O que tem me chocado muito é o avanço do desmatamento. Mesmo do alto de um avião, algumas vezes enxergo áreas desmatadas sem fim, que vão até o horizonte. Penso que muitas pessoas se prendem a questões como reciclagem e uso de sacolas plásticas e esquecem que há algo muito maior e diretamente ligado à questão climática: o desmatamento.
NMS: O que poderia ser feito para aliviar essa questão?
Baleia: Vou à região amazônica desde 2000 e a cada ano vejo que o desmatamento está maior, mesmo que os números digam o contrário. Penso que a floresta ainda é vista de forma muito exótica, com ribeirinhos com animais selvagens no ombro e plantas que podem curar. Um olhar não tão exótico, com mais conhecimento, poderia auxiliar na redução da devastação. Os brasileiros têm de tentar conhecer a Amazônia.
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