| 29/11/2010 14h07min
A incidência de câncer de pulmão tem aumentado entre as mulheres. É o que mostram os dados da última edição dos Registros de Base Populacional, levantamento coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio, que avaliou a ocorrência de tumores em 16 capitais brasileiras no período de 2000 a 2005.
Os dados confirmam a preocupação dos órgãos de saúde pública com o tabagismo feminino. Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema Gênero e Tabaco com Ênfase no Marketing para Mulheres para as atividades comemorativas do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio).
“As mulheres começaram a fumar mais tarde. Por isso, agora que começam a estabilizar e até a cair os números de câncer de pulmão entre os homens, a incidência aumenta entre as mulheres”, aponta Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca.
Paulo Hoff, diretor-clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), chama o aumento da incidência do câncer de pulmão de “lado obscuro da emancipação feminina”, pois, com os benefícios conquistados, também se tornou mais comum o tabagismo feminino.
Em países ricos, a incidência do câncer de pulmão nas mulheres já se tornou praticamente igual à incidência da doença entre homens. Hoff recorda, no entanto, que o tumor só se manifesta décadas depois do início do hábito de fumar.
Mas Santini sublinha que o tabagismo tem se tornado mais comum entre as jovens.
“A indústria do tabaco soube criar mecanismos para aproximar o vício dos jovens em festas e raves”.
Dados divulgados em agosto pelo Inca e pelo IBGE, mostram que 17,5% dos brasileiros fumam.
Entre os homens, o percentual é de 22%. O tabagismo feminino atinge 13,3% das mulheres.
Fonte: Diário Catarinense
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