| 24/09/2010 17h26min
"Colecionismo é algo que já se tem dentro e que um dia extrapola", acredita Alice Urbim, gerente de produção da RBS TV e da TVCOM. A casa da jornalista, em Porto Alegre, tem tantas coleções expostas que é difícil escolher por onde começar a olhar.
Já na entrada da casa, de frente para a porta, a visita se depara com um armário com mais de 30 escaninhos, onde fica a coleção de brinquedos. Antigamente ocupada por livros, a estante agora comporta artigos de todo o mundo, separados por tipo: bilboquês, bonecas, carrinhos, soldados, fantoches.
Alice começou há mais de 20 anos, com itens antigos, como bolinhas de vidro (bolas de gude) e petecas, e algumas peças relacionadas à cultura gaúcha. Os brinquedos ficavam espalhados pela casa, compondo a decoração de diferentes espaços. A coleção foi crescendo e acabou ganhando destaque. "Mas essa estante também já está ficando pequena, alguns artigos nem dá para enxergar direito", conta a colecionadora.
Por conta do espaço, os objetos que compra hoje em dia são pequenos. E a jornalista garante que as compras são naturais, quando passa nos lugares e vê itens que lhe interessam, principalmente as miniaturas e os brinquedos de madeira, lata e pano. "Existem leilões, sites especializados, mas não sou assim compulsiva, e só compro o que tem um preço razoável", pondera.
Alice também conta que é comum os amigos encontrarem itens antigos e darem para a dona da casa, onde, alegam, pelo menos alguém vai ver e eventualmente até usar os artigos. Além disso, muitos amigos viajam e trazem presentes para a coleção.
Roda gigante, última artigo acrescido à coleção, foi presente de um amigo
Caixinhas
Foi, assim, aliás, que começou a coleção da também jornalista Célia Penteado, paulista que mora em Florianópolis há seis anos. Ela ganhou algumas caixinhas de presente das irmãs, quando foram ao exterior - isso há quase 20 anos.
E com Célia foi o mesmo que com Alice: a coleção foi crescendo e começou a faltar espaço para os itens. Os artigos ganharam, então, um armário com vidro, que ficava no quarto. Com a mudança para o novo apartamento, a vitrine foi ampliada e ganhou espaço de destaque na sala. "Tenho orgulho das caixinhas, não queria deixá-las escondidas", explica Célia.
Garrafas especiais
Também para exibir seu pequeno tesouro, a jornalista Mauren Motta projetou um móvel especial na cozinha.
Ela coleciona edições especiais de garrafinhas de Coca-Cola customizadas por estilistas internacionais. Tudo começou há cerca de dez anos, quando participou da cobertura do São Paulo Fashion Week, onde a marca de refrigerantes distribuiu uma embalagem especial.
Dos itens que possui hoje, o mais difícil de conseguir foi o assinado por Roberto Cavalli. A edição limitada do designer italiano teve de ser comprada por uma amiga que morava na Europa, e enviada por correio como um presente para Mauren.
Outra garrafa especial é a relativa ao seriado Betty, A Feia. Exclusivamente vendida na Inglaterra, veio com uma cartela de adesivos para customização. Mauren, no entanto, não colou nenhum. "Acho bonitinho guardar", conta.
Mas nem só de itens "raros" vive a coleção da jornalista. Uma das garrafas que tem é a comemorativa da Copa do Mundo de 2014. "Ela até está sobrando nos supermercados, mas achei muito bonita e comprei", explica. O preço é o de um refrigerante normal - o que, aliás, se aplica também às embalagens internacionais, com o diferencial de que essas últimas são compradas na moeda de cada país.
Paixão
Para Mauren, além da relação das embalagens especiais com moda, área de interesse e atuação da jornalista, o que fascina é a própria garrafa. "Não importa que não tenha o nome Coca-Cola, ou qual estampa ela tiver, você sempre vai saber identificar a marca", comenta. Outro aspecto levantado é o cultural: segundo a colecionadora, a embalagem virou um ícone da cultura pop, e foi até tema de obra do pop-artista Andy Warhol (na peça Green Coca-Cola Bottles). E pop art é mais uma das paixões da jornalista – “meu cachorro se chama Pop Art!”, enfatiza.
Modelo assinado pela estilista italiana Donatella Versace
A paixão de Célia pelas caixinhas - atualmente são 61 na vitirne e outras, maiores, espalhadas pela casa – aparece até na organização dos itens, etiquetados com informações sobre de quem foi o presente e de que lugar do mundo são. A disposição na vitrine é feita por tamanho, cor e origem dos objetos. Por causa do espaço de cada item, quem faz a limpeza é só a jornalista - mas ela gosta, diz que para quem curte coleções é quase como uma terapia.
Alice também acredita que cuidar dos artigos é um momento para relaxar. Mas quanto à organização, diz que gosta de mexer as coisas de lugar às vezes também. E, sobre os brinquedos, afirma que não tem ciúme: quando alguma criança aparece na casa, pode brincar. "Eles cuidam e respeitam", garante.
Favoritos
Segundo Mauren, todas as garrafinhas são especiais. Na hora de escolher a favorita ela começa dizendo que gosta muito da Roberto Cavalli, e também da de Sex And The City, e da da Disney... e completa que, na verdade, gosta igualmente de todos os itens da coleção.
Mauren Motta mostra o modelo que homenageia seriado Betty, A Feia
Já Célia revela que, apesar de gostar muito de todas as peças, existe uma preferida. A caixinha foi comprada durante um mochilão pela Europa, há muitos anos - com ênfase no "muitos", ri ela. A jornalista estava em Veneza, um dos destinos mais aguardados da aventura, e com o dinheiro contado para o que tinha que fazer. Ainda assim, quando viu a caixinha de madrepérola "que custava uma boa grana", não resistiu e comprou.
Mauren Motta mostra o modelo que homenageia seriado Betty, A Feia
"Ela nem é a mais bonita da coleção, mas é a preferida, talvez pelas lembranças que me traz, talvez porque acho que ela é única e nunca vi nada parecido... sei lá, coisa de mãe coruja", conclui, com um sorriso.
Para além das coleções O gosto por colecionar objetos - e suas histórias - acaba aparecendo de outras formas, que vão além dos itens em si. Célia, por exemplo, já ganhou um livro sobre caixinhas em madeira.
Na casa de Alice, os móveis dedicados às coleções seguem um estilo mais antigo. Mais do que combinar com itens que exibem, ela diz que a opção pela madeira é por que em geral dura mais.
Cristaleira em madeira abriga coleção de latas
Além disso, o lar da gaúcha é decorado com quadros sobre brinquedos, um complemento aos artigos em si.
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