Economia | 09/05/2011 16h32min
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou nesta segunda-feira um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para realização de estudos e ações visando acabar com o uso de sacolas plásticas descartáveis nos estabelecimentos do setor no Estado de São Paulo. Mensalmente, as lojas filiadas à Apas utilizam cerca de 2,5 bilhões de sacolinhas plásticas, feitas à base de petróleo. A meta do governo e da associação é zerar este consumo a partir de janeiro de 2012.
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A iniciativa já vem sendo aplicada em Jundiaí, interior do Estado. Os supermercados da cidade paulista praticamente aboliram o uso da sacola plástica, e de acordo com a Apas, a maioria dos jundiaienses optou por levar sacolas retornáveis e carrinhos de feira e poucos desembolsaram pela embalagem biodegradável, feita de amido de milho e que custa R$ 0,19 a unidade. Além disso, as lojas oferecem caixas de papelão para o consumidor embalar suas compras. Segundo a Apas, a substituição de embalagem teve adesão de 95% dos supermercados de Jundiaí e recebeu a aprovação de 75% da população.
O protocolo de intenções foi assinado por Alckmin em evento de abertura do 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, na capital paulista. Os donos dos supermercados agora terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito do consumidor.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participou da cerimônia e disse que o projeto vai ao encontro dos anseios dos brasileiros.
— É muito importante que a gente possa avançar em políticas públicas que protejam o meio ambiente — defendeu.
O prefeito disse ainda acreditar em um entendimento para que, numa segunda etapa, as sacolinhas biodegradáveis não sejam cobradas, mas oferecidas gratuitamente aos consumidores.
Na chegada, o governador enfrentou protestos de representantes do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo. Cerca de 50 manifestantes carregavam faixas em que acusavam Alckmin de reduzir empregos e aumentar o lucro dos supermercados. O coordenador político do sindicato, Osvaldo Bezerra, alega que o projeto pode representar o fechamento de 20 mil vagas diretas e 100 mil indiretas:
— Essa iniciativa causa impacto negativo na geração de empregos e aumenta o custo para o consumidor, que terá de pagar pelas novas sacolas.
O benefício ambiental, no entanto, deve ser grande. Dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente indicam que são produzidas no País 210 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima da sacolinha). Nos aterros sanitários, elas levam 100 anos para se decompor e se misturar ao solo. Já a sacola biodegradável, segundo a secretaria, se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro.
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Supermercadistas terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito do consumidor
Foto:
Robinson Estrásulas
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Agência RBS
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