Ambiente | 23/03/2011 20h20min
Eric Biber é professor de Direito Ambiental da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia-Berkeley, EUA. Mestre em Biologia da Conservação pela Faculdade de Florestas e Ciências Ambientais, e Ph.D. em Direito Ambiental pela Faculdade de Direito, ambas na Universidade de Yale. Em Porto Alegre, ele ministrou ontem a palestra "Os Impactos da Globalização no Direito Florestal", na Faculdade de Direito da UFRGS. Antes do evento, concedeu uma entrevista exclusiva ao Nosso Mundo.
Nosso Mundo Sustentável - Há uma legislação florestal de vanguarda no mundo hoje?
Eric Biber - Hoje, a legislação americana é destaque, porque que cerca de um terço das florestas são propriedade do governo. É difícil falar sobre a eficácia da legislação de outros países, pois cada uma é de um jeito. O importante é equilibrar a proteção da terra e a produção.
NMS - Hoje o Brasil discute uma reformulação no seu Código Florestal. O que pensa disso?
Biber - Sei muito pouco sobre a mudança na lei brasileira para opinar. O fato é que é preciso proteger a biodiversidade, principalmente a dos países tropicais. Se algo der errado, com certeza quem sofrerá serão os países mais pobres, como os africanos.
NMS - Qual é a sua opinião sobre os projetos de compra e venda de créditos de carbono?
Biber - São importantes, porque ajudam a encorajar a iniciativa pública e privada a começar a fazer algo. Ainda assim, só a lei não basta. Há alguns nós significativos, como o monitoramento e o controle desses programas. Além disso, a soberania é outro fator que precisa ser levado em conta. Quem vive na região dos programas de compensação precisa ser consultado sobre eles, por exemplo.
NMS - Países como o Brasil devem ter metas de redução de suas emissões estabelecidas logo?
Biber - Acredito que, se Índia, China e Brasil não tiverem metas de redução estabelecidas, um acordo ficará ainda mais distante. Isso porque eles devem ser responsáveis por grande parte das emissões de gases do efeito estufa dos próximos anos. O problema das mudanças climáticas é global, portanto terá consequências globais. Os mais pobres serão mais afetados, mas todos devem sofrer.
Desmatamentos estão entre os grandes problemas que afetam as mudanças do clima
Foto:
IBAMA
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