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Ambiente  | 17/03/2011 12h11min

Areia das praias será avaliada em São Paulo

Recomendação do Conama para medição de contaminação nas areias foi feita há 11 anos

As areias de praias paulistas deverão ter a qualidade monitorada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). A exigência virou lei estadual, publicada nesta quarta-feira, no Diário Oficial.

Ainda não há um número definido de quais praias serão analisadas, mas, segundo a companhia, a própria estrutura do Programa de Balneabilidade das Praias pode ser usada. Atualmente a Cetesb monitora 136 praias todas as semanas para verificar as condições e a qualidade da água. No caso de rios e reservatórios, um total de 30 pontos de amostragem são periodicamente realizados.

A companhia ainda não tem uma previsão de quando o monitoramento vai começar.

- É necessário criar um grupo de trabalho, para que sejam discutidos com representantes da Secretaria de Saúde e outros técnicos os critérios para o monitoramento sistemático - disse o assessor da Diretoria de Tecnologia de Qualidade e Avaliação Ambiental da Cetesb, José Eduardo Bevilacqua.

Segundo ele, a areia tem uma complexidade peculiar de análise:

- Até na Europa ainda não há padrão estabelecido de qualidade.

A recomendação para que os órgãos ambientais de cada Estado avaliassem "as condições parasitológicas e microbiológicas da areia" foi feita há 11 anos, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).


Níveis maiores na areia seca

Segundo Bevilacqua, a Cetesb já faz análises nas areias, mas de modo isolado. No ano passado, a companhia chegou a escolher 24 pontos - 14 fixos e 10 que serão trocados periodicamente - no litoral para uma avaliação mais consistente. Esses resultados ainda não estão disponíveis. Mas ele disse que "ficou bastante evidente que de fato existe contaminação".

A qualidade da areia depende de três tipos de situações: presença de animais (em especial cachorros), restos de alimentos e cursos d'água, como canais de esgoto. Nos estudos já publicados, realizados em 2009 em oito praias, os níveis de coliformes fecais foram sempre maiores na areia seca que em amostras de areia molhada.

Os indicadores também foram sempre maiores no verão, quando as chuvas colaboram para carregar poluentes e as praias estão mais cheias.

Nenhuma cidade paulista faz nenhum tipo de monitoramento da areia. Pelo Brasil, a única cidade que tem um programa é o Rio. Desde 2006, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente monitora semanalmente 36 praias.

Agência Estado
Fábio da Câmara / Agência RBS

Litoral paulista saberá a saúde de suas areias
Foto:  Fábio da Câmara  /  Agência RBS


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