Itapema FM | 10/09/2015 11h45min
A mira da arte joinvilense estará apontada, a partir desta quinta-feira, para uma causa ecológica, social e política. É quando abre-se a exposição Lixo, Detritos e Descartes: Formas Poéticas Referentes ao Fechamento do Ciclo Vital, coordenada por Regina Marcis e sob a curadoria de Asta dos Reis.
Com diferentes linguagens artísticas, cinco artistas visuais da cidade apresentam trabalhos sobre os problemas relacionados ao consumismo desenfreado da sociedade atual e suas consequências, como a poluição e a falta de controle sobre a superprodução industrial.
Juliana Bender, Josiane Michels, Márcia Camargo, Mirian Puerta e Regina Marcis reuniram-se para compor o projeto pensado por Regina a partir de sua percepção e descontentamento com a quantidade de lixos e detritos jogadas nas cidades.
– Eu comecei a fotografar o que encontrava na rua, como, por exemplo, uma televisão jogada no mato. Quem faz isso? – questiona a artista.
A ideia de uma sociedade que trata seus bens materiais desta forma, com um desapego que permite que um aparelho eletrônico – que, obviamente, não passará por um processo de decomposição saudável para o meio ambiente – seja descartado em um terreno, moveu Regina a transformar a questão em arte.
O convite para reunir outras artistas que trabalham com linguagens diferentes permite que a exposição ultrapasse as fronteiras entre as artes e faça uma imersão com novas perspectivas: Regina apresenta uma série de imagens fotográficas, enquanto Mirian utiliza detritos das indústrias em seu tear e Márcia retorna à sua discussão sobre o rio Cachoeira – ela é criadora de obras polêmicas, como o Papai Noel crucificado que, no Natal de 2013, apareceu boiando nas águas sujas que cruzam o Centro da cidade.
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Juliana e Josiane montaram instalações e, para a abertura da exposição, Josiane ainda apresentará uma performance.
– A proposta foi para que todas construíssem com o que pudessem encontrar. Quer dizer, os materiais são aqueles que outras pessoas jogaram fora. Não são trabalhos belos esteticamente, eles foram feitos para chocar, para fazer pensar – avalia Regina.
A exposição ocorre na galeria da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj), da qual todas as artistas participantes são associadas. Depois, os trabalhos de Lixo, Detritos e Descartes serão levados para mostras na sede da Associação de Moradores do Bairro Itinga (Amorabi), em outubro, e para a Casa Iririú, em novembro, em datas ainda a serem definidas.
O projeto é patrocinado pela Prefeitura de Joinville por meio da Fundação Cultural e do mecenato do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec).
Agende-se:
O QUÊ: exposição Lixo, Detritos e Descartes: Formas Poéticas Referentes ao Fechamento do Ciclo Vital.
QUANDO: abertura amanhã, às 19h30. Visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30, e sábados, das 8 às 12 horas, até 9 de outubro.
ONDE: na galeria da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj), na Cidadela Cultural Antarctica (rua 15 de Novembro, 1.383, América), em Joinville.
QUANTO: gratuito.
A ideia de uma sociedade que descarta seus bens materiais na rua moveu a exposição
Foto:
regina marcis
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Divulgação
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