Notícias

Itapema FM  | 03/09/2015 17h11min

Juarez Machado relançará livro raro na 13ª Feira do Livro de Joinville

Instituto da Cultura e Educação, que organiza o evento literário, anunciou Frei Betto e Zuenir Ventura entre as atrações para 2016

Cláudia Morriesen  |  claudia.morriesen@an.com.br

Entre os lançamentos que ocorrerão na 13ª Feira do Livro de Joinville em abril de 2016, está a reedição de uma obra tão rara que o próprio autor não a possuia entre seu acervo: o livro-imagem Domingo de Manhã, de Juarez Machado.

As assinaturas do joinvilense nas capas dos livros de literatura podem ser menos conhecidas do que aquelas em telas e quadros, mas esta bibliografia existe - e, além de premiada, é precursora em seu gênero no Brasil. Por isso, o artista foi o escolhido como o homenageado da próxima edição do evento literário. 

— Há cerca de três anos, me deparei com uma prateleira da Bilioteca Pública de Joinville identificada como "autores joinvilenses" e ali descobri que o Juarez era natural daqui. Eu quero prestar homenagem a ele desde então — conta a curadora da Feira do Livro de Joinville, Maria Antonieta Cunha.

Domingo de Manhã foi lançado em 1976, um ano depois do livro Ida e Volta, o primeiro que utilizava apenas imagens para construir a narrativa. Diferentemente deste e de outros livros de imagem que Juarez Machado lançou, Domingo de Manhã nunca ganhou nova edição, falha que será consertada agora pelas mãos da própria Antonieta.

Alguns dos nomes que compõem a programação da próxima Feira do Livro de Joinville foram divulgados ontem pelo Instituto da Cultura e Educação que, presididio por Sueli Brandão, promove o evento na cidade. A lista conta com autores de destaque nacional como Zuenir Ventura, Frei Betto, Eva Furnari, Celso Sisto e Bia Bedran.

Leia mais sobre cultura e variedades em Joinville e região

Segundo Antonieta, o objetivo da próxima feira é trabalhar a valorização do que ela  chama de literaturas excluídas, tanto em relação às pessoas que a fazem quanto àqueles que a consomem. Entre elas estão as literaturas indígena e afro-brasileira, que parecem invisíveis aos olhos do mercado e da sociedade em geral. 

— São livros que a gente finge que não existe e teima em não conhecer. Essas literaturas nos confrontam a partir dos temas que elas enfrentam — avalia a curadora da Feira de Joinville.

Além da pluralidade etnicorracial, a temática também abordará um novo olhar sobre a literatura chamada de entretenimento. Obras policiais, de suspense e de comédia - que muitas vezes são depreciadas apesar do sucesso comercial — também estão na pauta da discussão que a organização da Feira de Joinville quer levantar em 2016. 

— Este termo [literatura de entretenimento] não me agrada, porque faz parecer que as outras são para nos martirizar. Estes livros fazem parte de um ócio que todos nós temos: às vezes, não queremos ler um Don Quixote, mas uma crônica do Veríssimo — afirma Antonieta — Não dá para começar com Machado de Assis, mas estes leitores podem chegar a ele um dia.

Conheça os escritores convidados da 13ª Feira do Livro de Joinville nas palavras da curadora Maria Antonieta Cunha:

Zuenir Ventura: Ele é um acadêmico (ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras) e jornalista que tem não só trabalhos na área do jornalismo (como os livros 1968: O Ano que Não Terminou e Cidade Partida), mas também livros de crônicas. Ele é um sujeito extraordinário, que tem muito a dizer sobre as questões atuais, principalmente em um momento como este que estamos vivendo.

Frei Betto: Ele tem uma produção muito interessante, seja em livros de memórias, seja para adolescentes. E isso é algo que queremos trazer para a Feira: pessoas que realmente tenham algo a dizer aos jovens.

Eva Furnari: ela é italiana, mas vive no Brasil há muito anos. Coleciona prêmios como ilustradora, mas é também uma autora de textos verbais. Sua produção vai de livros para crianças de três anos a adolescentes. Eva falará aos professores sobre educação através da arte de expressão.

Celso Sisto: É um grande autor especialista em literatura africana, além de ser o maior contador de histórias do Brasil. Ele, aliás, dará uma oficina com esta temática.

Bia Bedran: Excelente musicista, Bia conta histórias por meio da música. Ela veio em 2015 e todo mundo pediu que voltasse — por isso seu retorno na próxima edição.

A NOTÍCIA
Claudia Baartsch / Agencia RBS

O artista joinvilense Juarez Machado será o patrono da 13ª edição
Foto:  Claudia Baartsch  /  Agencia RBS


Comente esta matéria

Notícias Relacionadas

15/05/2015 09h07min
Saiba quais são os gêneros mais conhecidos na literatura mundial e quais os que mais combinam com você
08/05/2015 08h01min
Dez clássicos da literatura que você não pode deixar de ler
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.