A poesia que embala, o conto que inventa, a crônica que revela, o romance que alimenta. Cada um com sua particularidade e com os seus encantos. Assim são os gêneros literários, que, divididos em categorias, reúnem obras de temas semelhantes, oferecendo um cardápio diversificado para os diferentes tipos de leitores.

Para quem não sabe, as primeiras divisões surgiram com os filósofos Platão e Aristóteles: lírico, narrativo e dramático. Um é mais voltado aos sentimentos; outro, às histórias com início, clímax e fim; o terceiro direcionado às peças de teatro. Mas não se prenda a esta categorização, pois ela é elástica, permitindo que um conteúdo transite entre uma e outra modalidade. Afinal, são essas possibilidades que deixam a leitura ainda mais sedutora.

Mas o que torna o gênero literário atraente? Ora, a leitura é um importante instrumento para ampliar conhecimento, criatividade e vocabulário. Por isso, deve ser incentivada desde cedo para que o hábito de ler se torne prazeroso. E para motivar, os gêneros literários podem ser utilizados desde os contos de fada, passando por poesias, crônicas, histórias em quadrinhos, romances, young e new adult, jornais, revistas e por aí vai.

A professora de língua portuguesa Jozi Elen Fleck acredita ainda que essa classificação facilita a leitura quando já se sabe do que se gosta.

– Quando se gosta de um romance, a pessoa vai buscar por autores desse gênero. E ela lerá vários livros com muito prazer. Saber das características a faz dar mais valor à obra, inclusive. Além disso, ter essa afinidade com o autor a aproxima ainda mais do livro.

Para entender um pouco mais, “AN” explica quais são os gêneros e subgêneros mais conhecidos.

:: Confira a página especial sobre o projeto Joinville que Queremos

Os gêneros literários

Lírico: o poeta exprime seus sentimentos mais íntimos, as emoções que povoam seu universo interior. E o faz por meio do ritmo, da melodia que embala os versos. Ele se divide em:
Poesia: sua essência é a harmonização da palavra.
Ode: texto entusiástico e melódico (geralmente música).
Sátira: texto que zomba de alguém ou de um determinado contexto.
Hino: criação que louva ou engrandece algo. Por exemplo, uma nação ou uma divindade.
Soneto: poema com 14 versos: dois quartetos e dois tercetos.
Haicai: poemas japoneses, desprovidos de rima, compostos geralmente por três versos.

Narrativo*: o autor estrutura uma história que pode se inspirar em eventos reais ou ser apenas de natureza fictícia. Nessa modalidade as cenas se desenrolam de forma consecutiva no espaço e no tempo. Esta modalidade se distingue, estruturalmente, por apresentar uma trama com início, um clímax e uma conclusão. Ele se divide em:
Romance: as produções literárias que aqui se enquadram trazem um enredo integral, com marcas temporais, cenários e personagens determinados com precisão.
Fábula: criação no estilo fantástico, comprometida apenas com a esfera imaginária. Os personagens que desfilam por estas histórias são, normalmente, animais ou artefatos; a intenção é difundir, por meio da história, mensagens de cunho moral.
Novela: narrativa mais concisa que o romance e maior que o conto, mas tão sucinta quanto o mesmo. Exemplo: O Alienista, de Machado de Assis; A Metamorfose, de Kafka.
Conto: obra ficcional intensa em conteúdo e breve na forma. Normalmente é engendrada a partir de eventos e figuras imaginárias.
Crônica: texto isento de qualquer formalidade; traduz acontecimentos do dia a dia com uma linguagem informal, sucinta. Está na fronteira entre o jornalismo e a literatura. Exemplo: Crônicas, de Machado de Assis.
Ensaio: produção literária resumida, inserida entre o gênero lírico e a didática. Nele o autor apresenta seus conceitos, críticas e ponderações morais e filosóficas sobre um determinado tópico. Ele é mais informal e elástico que o tratado.
*Destes subgrupos surgem outras ramificações: autobiografia, biografia, ficção científica, histórias em quadrinhos, literatura new adult e young adult, suspense, vampirismo, trilogias e sagas.

Dramático: a modalidade dramática teve início na Grécia Antiga, possivelmente em festas realizadas em honra de Dionísio, deus do vinho. As obras que se filiam a este gênero são especialmente criadas para serem exibidas em montagens teatrais. Hoje é mais complicado distinguir um drama de outro gênero da literatura, pois se generalizou a prática de converter qualquer produção literária em roteiro para apresentação nos palcos.
Farsa: tende para o cômico; a ação é corriqueira e se baseia na rotina diária e no ambiente familiar.
Tragédia: reproduz um evento trágico e tem por fim suscitar piedade e horror.
Elegia: louva a morte de uma pessoa; este evento é o ponto central da peça. Exemplo: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Fonte: revistaliteraria.com.br