Itapema FM | 27/07/2015 16h17min
A história de muitos aspirantes a alunos da Escola de Teatro Bolshoi pode ter começado na barra durante a manhã e a tarde desta segunda-feira. Em pleno 33º Festival de Dança de Joinville, a escola de balé da Rússia fez audição de 564 bailarinos, a maioria para dança clássica.
A primeira turma avaliada, de 12 a 13 anos, tinha 188 concorrentes. Entre 14 e 15 anos, 173 disputavam a entrada na escola. A avaliação reuniu ainda 203 adolescentes de 16 a 17 anos, sessenta e três deles disputam uma vaga na dança contemporânea. O resultado deve ser divulgado nesta terça-feira.
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Entre as centenas de pés ansiosos, Victoria Batista, 14 anos, era dona dos únicos que já pisaram nas salas do Bolshoi como estudante. No final do ano passado, a menina de que veio do Paraguai conquistou uma vaga pelo talento para, então, perdê-la diante da saudade. Longe da filha, o pai exigiu que Victoria continuasse a viver onde nasceu. Ela, que foi com as malas de férias de verão, ficou de vez, junto com a vontade de regressar à dança com técnica russa no linóleo da filial joinvilense.
— Fiquei seis meses pedindo para fazer de novo a seleção — explica a menina.
Do lado de fora da sala, através do vidro, ela despertou a curiosidade de quem assistia, tanto pela expressão de choro contido quanto pela classe nos primeiros exercícios com apoio das barras e sem elas, no centro da sala. Em outra sala, também com as emoções à flor da pele, as gêmeas Larissa e Letícia Andrade, de 14 anos, mostravam o que aprenderam em dois anos de prática do balé clássico. Mas nem sempre as duas levaram o balé a sério.
— Quando a gente fez dez anos, começou a ver beleza do balé — justifica Larissa, que, assim como Letícia, frequentava as aulas em Tabuão da Serra (SP) pela vontade da mãe, Sandra Andrade.
As gêmeas se apresentaram nos palcos abertos do Festival. Sairão de Joinville com a experiência da dança e com o sonho de entrar para a escola do Bolshoi. As duas saíram da audições pouco antes da etapa de colocar a sapatilha de ponta.
A menina gaúcha Ana Paula Simionatto, de 12 anos, participou da seleção e conseguiu ir um pouco além. Mostrou o que sabia na ponta do pé e passou para a fase médico-fisioterápica. Teve as medidas e a estrutura óssea e muscular avaliadas por profissionais da escola. Como veio a Joinville para a mostra competitiva do Festival, se apresentar com mais três meninas na dança contemporânea, ela aproveitou para fazer a audição. Assim como a aluna pródiga, Victória, Ana espera a chegada de uma boa notícia nesta terça-feira.
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