Itapema FM | 21/07/2015 07h44min
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Dos sete anos à frente do grupo da Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos, Elisiane Wiggers só não recebeu o troféu de primeiro lugar do Festival de Dança de Joinville em uma única edição. As vitórias consecutivas transformaram a professora em uma referência em danças populares, gênero no qual se tornou especialista e que também empurrou a cidade-sede para as “cabeças” da mostra competitiva.
No gênero, Elisiane também se transforma em pesquisadora. Foi esta busca por informações históricas diretamente na fonte que Elisiane fez o Festival de Dança ingressar em uma viagem contínua pela cultura popular brasileira. A maioria dos trabalhos da coreógrafa é inspirada nas tradições folclóricas do Nordeste, como Rei do Congo, que rendeu a vitória no ano passado e conferiu vaga garantida ao grupo da escola municipal.
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Nesta edição, a professora convida o público a conhecer um tesouro do centro do País com a coreografia E Viva Nossa Senhora do Rosário. Em Minas Gerais, ela encontrou a dança moçambique, muito comum durante as festas de agosto na região, sobretudo as que são dedicadas a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Este é o mote rodeado por um contexto marcado pela escravidão e imposição religiosa.
– As danças brasileiras nunca surgem do nada. Sempre há uma história por trás de cada movimento – comenta a professora.
Quarenta bailarinos de até 16 anos representam a escola na categoria conjunto júnior e alguns são alunos de Elisiane em outras unidades municipais que participam do Projeto Dançando na Escola. A dedicação ultrapassa o calendário escolar e, mesmo em julho, quando a maioria das escolas está em férias, a sala de dança continua movimentada.
A coreografia é repassada quatro dias por semana, em ensaios que chegam a durar duas horas e meia.
Coreografia Força de uma Nação
Uma viagem à China
É do outro lado do mundo que a Companhia de Dança Liliana Vieira trouxe inspiração para dois trabalhos. Em busca do ineditismo nas danças populares, a coreógrafa premiada que dá nome ao grupo recorreu à cultura chinesa. E não foi preciso ir muito longe para garantir fidelidade aos trabalhos que competem nas categorias júnior e sênior. A fonte de criação de Liliana foi uma colônia de imigrantes chineses em São Paulo.
– Fiquei tendo aulas durante três dias sobre a cultura chinesa em um galpão que eles usam para dançar – conta Liliana, colecionadora de vitórias no gêneros pela Academia Corpo Livre.
A vivência rendeu ao grupo China, Natureza Viva, dançada pelo conjunto júnior da companhia, e Força de uma Nação, executado pelas bailarinas mais experientes do sênior. O segundo trabalho surgiu em meio às conversas com orientadores indicados pelo Consulado Chinês e trata a luta da Mongólia pelo reconhecimento. Já a primeira ressalta o respeito e a valorização dos chineses pela natureza.
Coreografia China, Natureza Viva
As bailarinas, maioria remanescente do Festival Meia Ponta, têm rotina de ensaios digna de profissionais. Um mês antes do Festival, os encontros passam a ser diários. Uma equipe de professoras ajuda Liliana a repassar as sete coreografias aprovadas neste ano – além das duas de danças populares na mostra, o grupo compete em danças urbanas, Meia Ponta e integra os palcos abertos com três trabalhos.
Liliana apresenta viagens ao mundo no palco. Rússia, México e França foram alguns dos países nos quais a coreógrafa buscou inspiração nas mais de dez participações no evento. A última grande vitória de Liliana foi com Tambores da Bahia (2011).
Solo em nova formação
O nome que surge como novidade entre os competidores de danças populares não é bem um estreante no Festival de Dança. A Cia. de Dança Raízes pode até ser chamada pela primeira vez pelo mestre de cerimônias, mas a representante é uma veterana, principalmente quando se trata do gênero ligado às tradições culturais. Karla Cardoso Finder, 18 anos, já defendeu Joinville pela Escola Municipal Pedro Ivo Campos em três coreografias e agora se prepara para ser solista.
Ela faz parte de um projeto que começou no ano passado em parceria com Fernando Menegon, 21 anos, ex-integrante da Academia Corpo Livre e que hoje assina a coreografia Ori, Bem-vindo ao Tahiti, com a qual Karla sobe ao palco. A ideia do Raízes é reunir antigos alunos que por uma razão ou outra deixaram a dança de lado. No caso de Karla e Fernando, além de terem saído da idade-limite dos grupos dos quais pertenciam, acabaram seguindo outros rumos: ela passou a se especializar no ramo de beleza e estética e ele, na graduação em enfermagem.
– Nunca deixei de amar a dança e me fez muita falta o tempo que fiquei fora – comenta Karla, que teve as primeiras experiências de palco no Festival Escolar de Dança, que ocorre em outubro.
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