Itapema FM | 18/07/2015 09h19min
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O Maniacs Crew é responsável por criar um novo conceito em se tratando de danças urbanas no Festival de Dança de Joinville. Nas últimas três edições, ficou difícil para os concorrentes vencerem as inovações do grupo joinvilense, tricampeão na categoria conjunto sênior.
E está enganado quem acha que trazer um carro para o palco do Centreventos Cau Hansen e ousar na releitura de um balé clássico era o máximo que o Maniacs poderia apresentar ao público. Nesta edição, os joinvilenses prometem superar as produções anteriores. A coreografia 1974 ainda é surpresa para o público, mas já é muito comemorada pelos 45 integrantes que sobem ao palco no último dia de Mostra Competitiva.
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– A gente chegou a pensar que não conseguiria superar o trabalho do ano passado, mas hoje podemos dizer que 1974 é o nosso melhor trabalho, em termos técnicos, de cenário e de figurino – comenta o diretor do Maniacs, Thiago Moreira.
A coreografia trata do surgimento do hip-hop nos guetos de Nova York, relembrando seus percursores – como James Brown e Kool Herc, chegando a Michael Jackson – até a chegada no Brasil, por meio do rap, nos anos 1980. O grupo usará o recurso da projeção mapeada para incrementar o cenário.
Além da correria para ensaiar 1974 e Rock Dance Roll, que será executado pelo duo formado por Bruno Soares e Leonardo Holand, o Maniacs Crew prepara um dos espetáculos que fazem parte da programação da Estímulo Mostra de Dança, voltada para convidados que têm uma relação contínua de participação no Festival e que foram premiados nas últimas edições. Trinte e sete integrantes participam do Poppins, baseado no livro e filme musical Mary Poppins, sucesso nos anos 1960. Inspirados nos musicais da Broadway, cinco coreógrafos assinam o espetáculo que será apresentado no Teatro Juarez Machado, no dia 26, às 22 horas.
– É um trabalho que exige de nós muito mais do que dança. No Poppins, nós interpretamos e dublamos – adianta Moreira.
Salto alto e carão
A versatilidade é a marca de Luiz Felipe Pereira do Valles, conhecido nos palcos como Llui Valles. O bailarino, que já defendeu Joinville nos gêneros balé clássico, jazz e danças urbanas, agora sobe no salto para trazer uma nova vertente dentro dos movimentos contemporâneos. O stiletto dance, estilo ainda muito ligado a academias e escolas de dança, é a escolha de Llui para inovar em sua primeira participação solo no palco do Centreventos Cau Hansen.
Ele estará entre os concorrentes de danças urbanas, gênero que já representou ao lado dos grupos joinvilenses Hip-hop Union e Cultura Urbana. Agora, ele defende seu próprio grupo, o Urban Flag. A coreografia Euforia mistura stiletto e femme style, estilo difundido por divas pops como Beyoncé.
– Que eu vi no Festival, apenas Juliano Correia, de Rio do Sul, fez um final com salto – detalha o participante, que acredita ser o primeiro a disputar na categoria com sobre uma plataforma poderosa.
Nada que Llui já não tenha intimidade. Ele é professor de stiletto, além de ser modelo e dar aulas de passarela e expressão corporal. Ele ensaia em uma sala da Escola Estadual Governador Celso Ramos.
– Comecei dançado no festival escolar. Hoje, eu vivo da dança, respiro a dança – orgulha-se.
Garra feminina
Estar sozinha onde já se esteve ao lado de dezenas de integrantes é mais do que um desafio para Daniela Viana: representa um novo ciclo. A bailarina de 28 anos, que foi uma das fundadoras do grupo Maniacs Crew, passa a vestir a camisa da Companhia de Dança Liliana Vieira. Logo na estreia como solista, a joinvilense encara dois nomes de peso das danças urbanas, o Grupo Sigma e o Pec Studio.
No Pain, No Gain é um retrato desta fase de transição, que também inclui a forma com que Daniela se reconhece na modalidade. Em vez de vestir um personagem masculino, Daniela trabalha os movimentos a partir de sua própria perspectiva.
– Nas danças urbanas, a mulher tem dificuldade de ser feminina sem ser exagerada – afirma Alexandra Luchetta, que assina o trabalho No Pain, No Gain.
O resultado é uma montagem que compara a bailarina a uma guerreira, misturando hip-hop e break dance, com pitadas de sutil sensualidade. Daniela mesmo confessa que por muito tempo replicou traços masculinos, mas hoje é defensora do modo feminino de mostrar a cultura urbana.
Retorno do Fúria
Casa de muitos dançarinos de hip-hop na Joinville da primeira década de 2000, o Fúria das Ruas foi o responsável por iniciar o ciclo de vitórias que colocou a cidade-sede do Festival de Dança entre os destaques do gênero, tradição continuada hoje por outros tantos grupos – entre eles, o Maniacs Crew – formados por seus antigos integrantes. O grupo ficou cinco anos sem participar das mostras principais do evento e neste ano retorna para disputar ao lado de outros gigantes da categoria conjunto sênior.
É com um mix de releituras de coreografias que marcaram o histórico de vitórias que os meninos do Fúria voltam à atividade. Um dos responsável por ressuscitar a participação no Festival é o bailarino Rafael Oliveira do Prado, 23 anos, que reuniu outros aficionados em prol de um sonho pessoal.
A primeira inscrição após o hiato, aprovada pelos jurados na seletiva local, surpreendeu os bailarinos. Show Case reúne o que de melhor o Fúria trouxe para as edições de 2002, 2006 e 2007, na versão renovada assinada por Nilberto Lima de Souza, fundador do grupo. O público poderá relembrar Onda do Rap (2002), com mensagem contra drogas e violência; Quatro Elementos (2006), sobre o que compõe a cultura do hip-hop; e Raízes (2007), um retorno às origens da cultura das ruas.
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