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Itapema FM  | 09/07/2015 06h31min

Animais têm tratamento vip em Joinville

Hospital veterinário realiza transfusões de sangue e sessões de acupuntura para cães e gatos

Luiza Martin  |  luiza.martin@an.com.br

Pipa desce do carro ansiosa. Caminha de um lado para o outro, vai até uma porta de vidro, que se abre, e entra estimulada pelo cheiro. Ali, a Beagle de pelo marrom e branco fará acupuntura para tratar uma hérnia de disco.

A doença foi descoberta quando a cachorrinha fez uma tomografia por contraste no Hospital Veterinário Vet Plus, no bairro Anita Garibaldi, em Joinville. Toda semana, ela tem sessões de acupuntura para aliviar a inflamação e a dor.

Sobre uma mesa de mármore, Pipa recebe as agulhas escolhidas pela médica veterinária Gisah Guelmann. Elas são usadas em tamanhos variáveis e de acordo com o porte do animal. Assim como nos humanos, os cães têm 12 meridianos, seis de cada lado do corpo. O mais importante deles fica entre as últimas vértebras, próximo à calda.

— É uma das opções de tratamento alternativo à cirurgia — diz Gisah, que por meio da fisioterapia consegue reduzir a inflamação da cachorra.

A cada agulha, Pipa esconde o focinho para debaixo do braço de uma assistente. Na hora da espetada, ela reage, mas logo dá sinais de relaxamento, com os olhos entreabertos de sono. Depois das sessões, que custam cerca de R$ 60, o próximo passo da Beagle é a fisioterapia. Tudo para evitar a cirurgia em um corpo que já tem oito anos na contagem humana — 50 anos no calendário canino.

No mesmo hospital, só que num dos consultórios do segundo andar, onde fica a sala de emergência e internação, está Paloma, uma Yorkshire de dois meses. Lá, a médica veterinária Thuanny Soares constata que Paloma está com uma anemia forte, sendo que o tratamento indicado para a situação é a transfusão de sangue.

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A anemia faz parte das complicações de uma doença viral que acomete somente os cães, a cinomose. A taxa de mortalidade chega a 85%. O diagnóstico veio com apenas uma gota de sangue, além dos sintomas de vômito, diarreia, espirros, secreção nasal e ocular, além de febre.

Nas internações por cinomose, os animais precisam ficar em isolamento porque se trata de uma doença altamente contagiosa. Basta o contato com as secreções para que ela seja transmitida para outros cães.

Os gatos também contam com um espaço de internamento somente para eles, com isolamento acústico para evitar que fiquem estressados pela proximidade com os cachorros. Além disso, há um consultório reservado para os felinos.

 


Estrutura disponível 24 horas

A alimentação dos pacientes do Hospital Veterinário de Joinville é regrada. Nada vem de fora. Tudo é preparado pelos médicos, que utilizam, na maioria dos casos, ração terapêutica. No mesmo andar da cozinha e da internação, existe o quarto do plantonista. O hospital não fecha nem para almoço e fica aberto aos domingos e feriados.

Este é um dos pré-requisitos para que uma estrutura de atendimento a animais seja denominada hospital. Quando se faz necessário um procedimento cirúrgico, o responsável pelo animal pode acompanhar o procedimento na sala de espera por meio de uma televisão.

As imagens são feitas e transmitidas diretamente da sala de cirurgia de tecidos moles. Há ainda outras duas salas disponíveis, uma ortopédica e uma para fraturas expostas. Os pacientes caninos e felinos também podem fazer no local exames laboratoriais.
Atualmente, o hospital, que era uma clínica há sete anos, conta com 14 médicos veterinários — quatro deles plantonistas — e quatro enfermeiras — duas por turno.

A estrutura conta ainda com uma central de esterilização e tem capacidade para receber equipamentos trazidos por médicos veterinários ou ceder espaço e recursos para a realização de procedimentos em outros consultórios. Para facilitar a comunicação entre os médicos e enfermeiros, mensagens do tipo "04, 75, Floquinho" são fixadas nas paredes.

— 04 é o número do veterinário, 75 significa ligação externa e Floquinho é o nome do paciente — explica Fábio Magalhães, responsável técnico do hospital.






Solidariedade entre os animais


O hospital também incentiva o cadastro de doadores de sangue, pois os animais também necessitam de transfusões, como foi o caso da Yorkshire Paloma. Cada vez que o hospital precisa de sangue, aciona o doador. Mas alguns requisitos devem ser preenchidos para entrar no cadastro.

Os cachorros, por exemplo, precisam pesar mais de 30 quilos, além de ter idade entre um e oito anos e serem vacinados, entre outros fatores. Os gatos, um pouco menos. A idade é a mesma, mas o peso é inferior: mais de 3,5 quilos. 

Zé é um gato solidário. Ele tem quatro anos de idade e pesa 12 quilos. Depois de doar sangue para Preta, uma felina de oito anos, ele descansa sob a vigilância do seu tutor, o médico e veterinário Fábio Magalhães (na foto acima).

A NOTÍCIA
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