Itapema FM | 29/04/2014 17h04min
Talvez a pequena Letícia de Oliveira, cinco anos, guarde com carinho a lembrança de 29 de abril de 2014. Nesta data, ela estava internada no centro cirúrgico do Hospital Materno Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, mas, às 15 horas, o símbolo de um dos sonhos da menina apareceu para visitá-la. Eram as bailarinas Letícia Calvete, 18 anos, e Carolina Zaborne, 19. Alunas da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, as jovens passaram a tarde desta terça-feira visitando as crianças internadas no Hospital Infantil em comemoração ao Dia Internacional da Dança.
Mesmo com pouca idade e sem nunca ter visto uma apresentação de dança clássica de perto, a menina já falava em ser bailarina. Nesta tarde, ela já aprendeu que existem as sapatilhas de ponta e a fazer a terceira posição alta com os braços.
— Foi muito bom que elas tenham vindo, porque assim ela se distrai. Ficar aqui muito tempo deixa a criança estressada — avalia a mãe, Marciliana Pinho Machado de Oliveira.
Em outro quarto, era Vitor Augusto da Silva quem também corria o risco de sofrer de chateação ao passar tanto tempo internado. Afinal, "correr" é o que o menino de nove anos mais gosta, mas não o tem feito há três dias, desde que quebrou o braço direito quando brincava de pega-pega.
Quando as bailarinas chegaram no quarto dele, no setor de ortopedia, Vítor pulou na cama para observá-las girando sobre as pontas das sapatilhas. Até então, ele se distraia assistindo TV e jogando no Tablet. "Macaco velho" de internações — ele já ficou internado aos três anos, quando quebrou o fêmur — Vítor afirma já ter visto apresentações de dança antes.
— Mas no hospital, nunca! — garante.
Momento de diversão e desenvolvimento
Letícia e Carolina são alunas da 7ª série do Bolshoi e participaram pela primeira vez do Dia da Dança no Hospital Infantil. A preparação para chegarem aos quartos de crianças — algumas muito pequenas e tímidas — com animação e carinho veio toda das aulas de teatro no Bolshoi, além de fazer parte do perfil das jovens, escolhidas especialmente para este momento.
— É uma coisa nova para eles, mas é para a gente, que aprende também com esta experiência. E mostramos a eles mais de perto o que é o balé, como é uma coisa bonita — afirma Letícia.
Carolina concorda com a colega, e completa:
— Trazemos a dança para que eles conheçam aqui, porque é difícil que algumas crianças tenham esta oportunidade em outros lugares — avalia.
A assistente de atendimento aos pacientes do Hospital Infantil, Alexandra de Lima Cândido, aprova o projeto.
— Como as crianças ficam muito tempo aqui, não podem sair para brincar, tem que ficar parados, é um momento para ver o sorriso delas ao encontrar as bailarinas — afirma ela.
Vitor, nove anos, curtiu a presença das bailarinas e aproveitou para brincar um pouco com elas
Foto:
Leo Munhoz
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