A cada ano, o Festival de Dança de Joinville busca se aproximar mais dos conceitos de formação, como um festival-escola que tem como foco o aprendizado dos jovens bailarinos. Este retorno às origens com inspiração nos grandes concursos de dança internacionais – tais como o Youth America Grand Prix (YAGP) e o Grand Prix de Lausanne, que tem parceria com o festival joinvilense – fez com que um dos eventos da programação paralela dê lugar a outro evento. 

A Mostra Contemporânea de Dança, que ocorria no Teatro Juarez Machado após a Mostra Competitiva, deixa de existir. No mesmo horário e local, será sediada a Estímulo Mostra de Dança, com quatro noites de espetáculos de companhias que se destacaram ao longo dos anos na competição do Festival de Dança.

A primeira edição contará com o Sheila’s Ballet, de Piedade (SP); a Especial Academia de Ballet, de São Paulo; a Cia. de Dança Vera Passos, de Fortaleza; e a Cia. Matheus Brusa, de Caxias do Sul (RS). Elas foram convidadas a montar obras especialmente para a mostra e, para isso, terão consultoria de profissionais da dança, de acordo com os gêneros apresentados, além de ajuda de custo para viabilizar as produções.

De acordo com o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, o objetivo é colaborar na profissionalização das companhias, fazendo com que elas, mais do que pensem em coreografias curtas para a competição, comecem a trabalhar peças mais elaboradas com seus bailarinos.

– Sabemos que o Festival acaba limitando a criatividade e queremos que as academias que já têm tanta qualidade tenham condições de fazer estes trabalhos. A qualidade destes grupos ficou muito perceptível na Noite dos Campeões em São Paulo, no ano passado, pela grande procura do público para ir à apresentação – avalia Ely.

Para selecionar os primeiros grupos a participarem da mostra, o conselho artístico do Festival de Joinville pediu o histórico dos grupos mais premiados pelo evento, com coreografias que repercutiram positivamente na trajetória do Festival. Assim, o conselho escolheu representantes de diferentes gêneros. A única imposição a eles é que continuem participando da Mostra Competitiva.

– O Brasil é um País com muita dificuldade de palco – palco com público, quero dizer. Em Joinville, durante o Festival, temos os dois, e é assim que queremos incentivar estes grupos a mostrarem novos trabalhos — afirma o presidente.